Publico neste artigo contando um pouco da história de Santo Antônio, nosso padroeiro. Em 1195, nasce em Lisboa, filho de Maria e Martinho de Bulhões e é batizado com o nome de Fernando.
Em 1202, com sete anos de idade, começa a frequentar a escola, um privilégio raro à época.
Em 1209, ingressa no Mosteiro de São Vicente, dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, perto de Lisboa e torna-se monge agostiniano.
Em 1211, transfere-se para Coimbra-Portugal, importante centro cultural, onde se dedica de corpo e alma ao estudo e à oração, pelo espaço de dez anos.
Em 1219 é ordenado sacerdote. Pouco depois conhece os primeiros franciscanos, vindos de Assis, que ele recebe na portaria do mosteiro. Fica impressionado com o modo simples e alegre de viver daqueles frades.
Em 1220, chegam a Coimbra os corpos de cinco mártires franciscanos missionários. Fernando decide fazer-se franciscano como eles. É recebido na Ordem Franciscana com o nome de Frei Antônio e logo foi enviado para as missões entre os sarracenos de Marrocos, conforme desejava.
Em 1221, chegando a Marrocos, adoece gravemente, sendo obrigado a voltar para sua terra natal. Mas uma tempestade desvia a embarcação arrastando-a para o sul da Itália. Desembarca na Sicília. Em maio do mesmo ano participa, em Assis, do capítulo das Esteiras, uma famosa reunião de cinco mil frades. Aí conhece o fundador da Ordem, São Francisco de Assis. Terminado o Capítulo, retira-se para o eremitério de Monte Paolo, junto dos Apeninos, onde passa 15 meses na solidão contemplativa e no trabalho braçal. Ninguém suspeita da sabedoria que aquele jovem frade português esconde.
Em 1222, chamado de improviso a falar numa celebração de ordenação, Frei Antônio revela uma sabedoria e eloquência extraordinárias, que deixam a todos estupefatos. Começa sua epopeia de pregador itinerante.
Em 1224, em brevíssima Carta a Frei Antônio, São Francisco o encarrega da formação teológica dos irmãos. Chama-o cortesmente de "Frei Antônio, meu bispo".
Em 1225, depois de percorrer a região norte da Itália, passa a pregar no sul da França, com notáveis frutos, e tem duras disputas com os hereges da região.
Em 1226, é eleito "custódio" na França e, um ano depois, "provincial" dos frades no norte da Itália.
Em 1228, participa, em Assis, do Capítulo Geral da Ordem, que o envia a Roma para tratar com o Papa de algumas questões pendentes. Prega diante do Papa e dos Cardeais. Admirado de seu conhecimento das Escrituras, Gregório IX o apelida de "Arca do Testamento".
Em 1229, Frei Antônio começa a redigir os "Sermões", que hoje possuímos impressos em dois grandes volumes.
Em 1231, prega em Pádua a famosa quaresma, considerada como o momento de refundação cristã da cidade. Multidões acorrem a ele de todos os lados. Há conversões e prodígios. Êxito total! Mas Frei Antônio está exausto e sente que seus dias estão no fim. Na tarde de 13 de junho, mês em que os lírios florescem, Frei Antônio de Lisboa morre às portas da cidade de Pádua. Suas últimas palavras foram: "Estou vendo o meu Senhor". As crianças são as primeiras a saírem pelas ruas anunciando: "Morreu o Santo".
Em 1232, não tinha bem passado um ano desde sua morte, quando Gregório IX o inscreveu no catálogo dos santos.
Em 1946, Pio XIII declarou Santo Antônio Doutor da Igreja, com o título de "Doutor Evangélico". As frases que mais marcaram seus ensinamentos foram:"Deus é Pai de todas as coisas e suas criaturas são todas nossos irmãos e irmãs".
"É viva a Palavra quando são as obras que falam".
"Quando te sorriem prosperidade mundana e prazeres, não te deixes encantar, não te apegues a elas, pois, brandamente elas entram em nós, mas quando as temos dentro de nós, nos mordem como serpentes".
"Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranquila a tua alma".
"A paciência é o baluarte da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação".
"Ó meu Senhor Jesus, eu estou pronto a seguir-te mesmo no cárcere, mesmo até a morte, a imolar a minha vida por teu amor, porque sacrificaste a tua vida por nós". "Como os raios se desprendem das nuvens, assim também dos santos pregadores emanam obras maravilhosas. Disparam os raios, enquanto cintilam milagres dos pregadores; retornam os raios, quando os pregadores não atribuem a si mesmos as grandes obras que fazem, mas à graça de Deus".
"Ó Senhor, dá-me viver e morrer no pequeno ninho da pobreza e na fé dos teus Apóstolos e da tua Santa Igreja Católica".
"Neste lugar tenebroso, os santos brilham como as estrelas do firmamento. E como os calçados nos defendem os pés, assim os bons exemplos defendem as nossas almas, tornando-nos capazes de esmagar as sugestões do demônio e as seduções do mundo".
"Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa."(Pe. Elias Ramalho Gomes)