A Saúde Pública precisa sair da UTI

Vemos neste site um artigo escrito pelo Bispo de Dom Anuar Battisti Arcebispo de Maringá (PR), que faz uma observação diante dos números apresentados pelo Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (Idsus), neste artigo, ele enfatiza principalmente aqueles avaliados em seu estado.

Como estamos aqui na Paraíba, vamos sinalizar o conceito 5, que foi o número encontrado para a saúde pública no nosso estado que, com certeza, não chega a tanto, diante da precariedade que encontramos nos atendimentos.

Nos últimos dias, esteve numa das filiadas da Rede Globo, aqui no nosso estado, um membro do Conselho de Medicina e a entrevistadora lhe perguntou quais as causas que ele elencava para que a saúde caminhasse tão mal. Ele respondeu: poucos recursos financeiros e a má gestão desses recursos.

Em tudo ou quase tudo que se refere à saúde pública no nosso país é vergonhoso. E é impressionante, como são lançados tantos projetos brilhantes, que podem até servir de exemplos para outras nações e, vergonhosamente, não acontecem  por falta de uma boa gestão financeira.

Se fossem gastos errados, seria compreensível. Porém, nós sabemos que a principal causa é o desvio de verbas. Então, para que mais dinheiro, para os desvios serem maiores? O importante seria a verba destinada para a saúde pública ser usado com responsabilidade.

Além disso, temos outras causas para que a saúde pública esteja na UTI. Vale salientar que quando um paciente vai para a UTI, vai com a esperança de melhorar, e o que a gente vê é que a saúde pública cada dia fica pior, à beira da morte.

Chegando mais perto da realidade, analisemos: em alguns PSFs os médicos não tem hora para chegar, é como se não fossem empregados, como todos os demais empregados que têm obrigação de cumprir horário;  em outros, eles chegam cedo mas, se a gente observar, eles não passam de meia hora atendendo. Como será esse contrato de trabalho com os médicos? Será que não reza que eles terão que dar um expediente de pelo menos 20h semanal? Ao contrario do que acontece nos consultórios particulares, onde os mesmos médicos dos “postinhos”, alguns, atendem até 10h da noite, vão almoçar 2h da tarde, por que será? Será porque lá uma consulta chega a custar até R$200,00?    

como vemos, são muitas as causas que contribuem para que os projetos tão bem elaborados para a saúde pública em nosso país não funcionem. São os poucos recursos, a má gestão, a falta de consciência dos médicos e também a nossa falta de compromisso em “fiscalizar” e ser menos acomodado com todo o descaso dos órgãos e das entidades públicas, dos politicos e da da falta exigência em ter nossos direitos preservados.

É bastante louvável o tema da Campanha da Fraternidade 2012, "Que a saúde se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8), promovido pela igreja católica. Com certeza, durante essa caminhada de reflexões, vai despertar em muitos, usuários, médicos, políticos e povo em geral um novo jeito de fazer com que a saúde pública no nosso país saia da UTI e traga vida digna para todos, como Jesus nos fala em seu Evangelho.   

 

Equipe Pascom/Com.N.Sra.Aparecida