Fraternidade e a Vida no Planeta

Campanha da Fraternidade/2011

Tema: Fraternidade e a vida no planeta

Lema: A criação geme em dores de parto (Rm 8,22) 

A Campanha da Fraternidade deste ano trata da questão do cuidado com o meio ambiente. Com essa temática a Igreja visa proporcionar aos cristãos e pessoas de boa vontade uma reflexão intensa sobra a nossa responsabilidade frete à obra da criação, assumindo formar uma consciência ecocêntrica e mística, livrando-se da concepção  utilitarista, lucrativa e predatória da natureza.

Segundo os estudiosos, o aquecimento global é uma conseqüência direta da emissão de gases poluentes, sobretudo o dióxido de carbono (Co2), produzindo o chamado efeito estufa que permite maior incidência dos raios solares ultravioleta, causando o aquecimento da terra que, por sua vez, desencadeia o desequilíbrio ambiental. Grandes enchentes em determinadas regiões do planeta e desertificação noutras; aparecimento de inúmeras doenças endêmicas e epidêmicas; desaparecimento de inúmeras espécies viventes são sinais palpáveis do desastre ambiental global anunciado pelos estudiosos do clima. Segundo a organização das nações unidas (ONU), hoje, a migração causada pelas catástrofes naturais é maior do que aquelas causadas pelos conflitos armados. Depois da fome, o meio ambiente é a maior preocupação da agenda do milênio.

Está em curso um esforço enorme das nações unidas em vista de aprovar leis ambientais capazes de promover o chamado desenvolvimento sustentável, isto é: crescimento econômico com distribuição de renda e preservação do meio ambiente. Para isto, impõe-se a nós dois grandes desafios: desconstruir o jeito de estarmos no mundo baseado numa cultura em que o bem se reduz ao prazer, onde tudo vale em vista da satisfação dos próprios desejos, inclusive destruir os meios de sustentação da vida, no planeta. O segundo é convencer as grandes potências econômicas a assumirem compromissos legais com a diminuição da poluição do planeta (Protocolo de Kioto).

Um dos princípios norteadores da cultura moderna é a competitividade que, em si é excludente e predatória. Esse jeito de ser baseado no desejo e no prazer, onde o bem se reduz ao que é útil,  satisfatório e imediato, tem como conseqüência desastrosa para o bem comum a perda do compromisso com o outro (natureza) no presente e no futuro da humanidade. A pergunta ética mais insistente é esta: como vamos deixar o planeta para as gerações futuras? A sapiência nos impõe um processo pedagógico de desconstrução dessa mentalidade, construindo a mentalidade da cooperação e do cuidado uns com os outros e com toda criação, obra das mãos de Deus. São Francisco de Assis, patrono da ecologia, dizia que do mundo nós somos jardineiros.

Por ocasião da celebração de Ramos, dia 17 de abril, toda Igreja fará uma coleta financeira em vista de projetos de preservação do meio ambiente em âmbito diocesano, regional e nacional. (Pe. Elias Ramalho Gomes)