Tempo de oração pela unidade - Dom Aloísio Sinésio Bohn


Pelo ano de 587 antes de Cristo, os babilônios destruíram o templo de Jerusalém e levaram prisioneiros muita gente. Havia grande desânimo entre o povo, dividido em dois reinos. Deus suscitou então um jovem de nome Ezequiel para dar nova esperança ao povo, inclusive esperança de união num único povo.

Ezequiel pegou uma tábua e escreveu nela o nome de Judá (reino do sul). Pegou outra tábua e nela escreveu o nome de José (reino do norte). Depois juntou as duas tábuas e profetizou em nome de Deus: “Vou juntar a vara de José com a vara de Judá, de modo que formam uma só vara e fiquem unidas na minha mão” (Ez 37, 19).

O povo da Coréia está dividido em Coréia do Norte e Coréia do Sul. As Igrejas cristãs da Coréia prepararam a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos para 2009. Escolheram como inspiração a frase de Ezequiel: “Unidos em tua mão”. Eles sentem a divisão política e religiosa de seu povo. Por isso, o grito espontâneo a Deus: “que todos sejam um em tuas mãos”.

Calcula-se que no mundo existam cerca de 33.800 entidades cristãs, que pretendem ser Igrejas. A metade delas no Brasil! O que impressiona é que há cristãos que não se preocupam com tamanho esfacelamento e desagregação do cristianismo. Mesmo sabendo do testamento de Jesus na última Ceia: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17, 21).

Para os católicos o Concílio Ecumênico Vaticano II deixou claro que o desejo de união e o movimento para restaurar a unidade de todos os cristãos é obra do Espírito Santo (UR, 1). E indicou a conversão do coração, a santidade de vida e a oração pela unidade como “a alma do movimento ecumênico”.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), do qual a Igreja Católica participa como membro pleno, preparou um subsídio para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, oficialmente programada para os dias de 24 a 31 de maio, entre a festa da Ascensão do Senhor e Pentecostes.

Onde há possibilidade de oração com cristãos de outras Igrejas, é aconselhável que isto aconteça. Inclusive como testemunho comum de obediência à vontade de Cristo. Quando isto não é possível, solicita-se que nenhuma comunidade, nenhuma família e coração algum deixe de impetrar a unidade em Cristo. Que se possa dizer hoje de nós cristãos o que dizem os Atos dos Apóstolos: “Todo o mundo os estimava” (At 2, 47).

Fonte:CNBB