Se houver atualmente no Brasil uma pesquisa sobre como o eleitor vê os políticos eleitos para a Câmara e sobretudo para o Senado, o resultado será desolador. Decepcionados estão todos os que leem o noticiário ou veem jornais televisivos, com as duas Casas legislativas: sessões não são de estudos dos projetos ou audição do orador, mas dão a impressão de momento recreativo, em que todos de pé, formando rodinhas, conversam animadamente sem nenhuma preocupação com a seriedade da função a que foram eleitos.
Agora vem a público a farra do dinheiro gasto em viagens de passeio pagas para a família (mães, esposas, sogras, irmãos, namoradas etc.). E tais viagens com o nosso dinheiro não foram – como teriam de ser – para ar bases políticas em que foram eleitos, mas para Miami nos Estados Unidos, Bariloche na Argentina, Europa etc. Tudo pago com dinheiro público.
Além disto, não faltou quem contratasse como secretárias a cozinheira de sua residência, a encarregada do café e até a sogra de um assessor, tudo pago com dinheiro da Nação. Houve um senador do PT que emprestou um celular do Senado à filha que fez viagem recreativa ao México. A conta deste telefone ultrapassou R$ 14.000,00 relata a Revista Veja (nº 16, pág. 61). Um festival de atitudes ilícitas, escandalosas e imorais por homens que são os membros do Poder Legislativo!!!
Persiste, nos odiosos privilégios dos membros do Legislativo, o direito de passagem de ida e volta para o Rio de Janeiro (creio que mensal), que – todos sabemos – não é mais a capital do País, desde que Juscelino inaugurou Brasília, há quase 50 anos. Houve até aluguel de jatinho com dinheiro do Senado para viagem particular.
Não bastasse tudo que aqui comentamos, devemos lembrar ao distraído eleitor que o Senado pagou mais de seis milhões a seus funcionários no mês de janeiro, sem trabalharem, pois estavam em recesso. Há ainda a pletora de “diretores” no Senado – são 181 – mais de dois para cada congressista com invejáveis salários. O que faz cada um dos tais “diretores” ainda não se sabe.
Há, além de tudo, uma proposta do Secretário da Câmara de aumentar o salário do parlamento de R$ 16.500,00 para R$ 24.500,00, sem retirar a tal verba indenizatória mensal de R$ 15.000,00. Será que eles merecem? Este é o retrato vivo do Legislativo brasileiro.
Apesar dos pesares não podemos perder a fé na democracia. O de que precisamos é, nas futuras eleições, votar com maior rigor na escolha dos que nos governam, limpando o Congresso destes elementos que estão traindo o mandato que receberam. Portanto, olhos abertos, senso crítico e vigilância patriótica. E Deus guarde o Brasil.
Fonte: CNBB