“Só quando há coerência entre o anúncio e a vida, a profecia se faz persuasiva”, afirma o cardeal Maradiaga
quarta: 13 de agosto de 2008
(Quito - Equador) - O arcebispo de Tegucigalpa (Honduras), cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, empolgou os 3 mil participantes do 3º Congresso Americano Missionário e 8º Congresso Missionário Latino-americano (CAM3/Comla8), com a conferência que proferiu na manhã desta quarta-feira, no Agora de la Casa de la Cultura Ecuatoriana,em Quito. “Só quando há coerência entre o anúncio e a vida, a profecia se faz persuasiva. Nossa vida pessoal e eclesial é, então, nosso primeiro ato profético”, afirmou o cardeal.
Para o cardeal a Igreja está disposta a colaborar com a construção da sociedade segundo a vontade de Deus. “Compartilhando as esperanças e as alegrias, as tristezas e angústias dos homens, especialmente dos pobres, pretendemos oferecer uma estreita colaboração a todos os que buscam a transformação do mundo segundo o desígnio de Deus”. A pobreza foi apontada por ele como uma realidade que continua desafiando a Igreja. “Continua sendo um grande desafio para nós o crescimento da pobreza que afeta a maioria da população mundial e que é conseqüência da expansão de estruturas e sistemas socioeconômicos e políticos injustos”, denunciou.
Abordando o tema Discipulado, o purpurado traçou “o caminho do discipulado” e esclareceu o que é ser discípulo. “Ninguém nasce discípulo de Jesus. Para ser discípulo é necessária a conversão, a mudança de mentalidade”.
O cardeal reconheceu, no entanto, que a conversão não é fácil. “Estamos acostumados a buscar soluções fáceis como a eutanásia, o divórcio, o aborto, o matrimônio entre homossexuais. Todas estas opções tentam solucionar nossas insatisfações, mas somente as disfarçam e as aumentam. Por isso a conversão é difícil”.
Segundo o purpurado, o encontro com Cristo “é absolutamente sobrenatural” e ser discípulo exige perseverança. “Trata-se de perseverar com Cristo em suas tribulações”, disse. Para ele, contudo, o mais exigente é que “os discípulos são os que estão dispostos a dar a vida pelo mestre”.
Cardeal Maradiaga insistiu, ainda, na necessidade de pregar a Palavra. “Nossa vocação especial no povo de Deus é o ministério da Palavra, com que comunicamos aos homens o mistério íntegro de Cristo”.
O cardeal falou também das preocupações da Igreja com os que se afastaram da fé. “Preocupa-nos, como evangelizadores, a situação de tantos homens e mulheres que, por diversas causas, têm deixado a fé cristã ou, por causa do ambiente de secularização, se fazem estranhos à fé e ao sentido religioso”.
Bastante aplaudido, o cardeal encerrou sua conferência animando a assembléia com um hino de São Paulo, cujo refrão a assembléia, de pé e com muitas palmas, cantou numa demonstração de concordância com a reflexão que acabara de ouvir. “Ai de vocês se não forem missionários”, encerrou.
Mais informaçoes no site: www.cam3ecuador.org