Idealistas sim, mesmo que às avessas.

 

Por  Francisco Almeida

          Vocês certamente sabem como funciona a cabeça dos jovens idealistas, por ter sido, por ser ou por conhecer quem fosse ou quem seja. Eles têm sempre referenciais claros e características bem definidas; uma delas um ídolo, ou uma personalidade marcante.
          Eu considero que fui um jovem idealista às avessas. Toda a minha juventude estive no seminário, pra onde fui aos dezessete e de onde saí aos vinte e cinco.
          No seminário adquirimos, ou não, marcos de referência: "de onde partimos, onde estamos e onde queremos chegar ou estar?" Noutras palavras mais construtivistas: "o que trazemos, o que temos e o que construiremos?" 
          A partir disso firmamos, com muita determinação, os passos necessários. Definimos um norte, um itinerário conciso. Parece que a observação que os "pessimistas" (ou seriam os "realistas"?) sempre faziam - Cuidado! As coisas nem sempre saem como a gente pensa!! - não tinham nenhum sentido, era fruto de uma acomodação covarde.
          Passados os anos da euforia idealista (às avessas), dá uma raiva danada ter de admitir que aquelas figuras tinham razão. É verdade! As coisas não saíram como se pensava. E agora, o que fazer? As opções são várias, cada uma bombardeada pelos seus opositores. Mas, afinal, o que fazer?
Entregar a Deus! Rezar e pedir uma iluminação divina! Colocar a viola no saco e...                                                     

          Bom, o caminho mais fácil nem sempre é o mais prudente ou coerente. Por isso eu preciso acreditar que não deixei de ser um jovem idealista, mesmo que às avessas.