Por Francisco Almeida
Como disse, no comentário que fiz ao excelente artigo do amigo e colega de sonhos Alexandre, vez por outra lampejos de esperança me invadem a alma. É que a força propulsora do Reinado de Deus vem da determinação de se construir um modelo de vida alternativo. O Fórum Social Mundial captou muito bem essa mensagem e cunhou o seu lema a partir dessa intuição: "Um novo mundo é possível". Esta é uma grande verdade, desde que haja um convencimento e uma motivação social para tal.
Obviamente, pensar em uma sociedade alternativa - "e não só" - implica a coragem de desbravar as mentes e as ideologias carcomidas pela alienação e mediocridade, molas mestras da inanição política, cultural e religiosa. A grande maioria das pessoas acostumou-se a pegar a onda alheia, incapaz que é de gerar uma própria. Mas, ultimamente tenho descoberto que os inquietos existem e que eles estão ansiosos; o que falta é o encontro, a partilha dos sonhos e das angústias para que seja possível a gestação e o parto de algo que possa representar uma causa pela qual lutar, elemento vital para o sujeito, como dissera Érich Fromm.
Os cristãos não podemos assistir indiferentes à perda dos nossos referenciais. Olhamos para a proposta e a prática de Jesus, para aquilo que ele mais combateu e sentimos a falta de uma atualização a contento. Ao contrário, é possível ver a repetição das práticas por Ele combatidas e denunciadas - o que lhe custou a vida. O referencial do serviço, da partilha, da humildade, fraternidade, perdão, contrasta com a força do poder, do prestígio, do personalismo arrogante, da ostentação, do autoritarismo e da onisciência tradicionalista.
O primeiro passo é a coragem de DAR A VIDA. Perder o medo, aprender nadar, transformar os pesadelos em sonhos e os sonhos em esperança, e esta, em motivação forte que não permita voltar atrás por mais que o futuro seja incerto como sempre.
Inquietos, uni-vos!!!