Reinventar o cristianismo
Por Francisco Almeida
Começo a atrair sobre mim – o que me deixa muito feliz – olhares e opiniões injuriosas de pessoas que me acusam de ser um inimigo da Igreja e até de ter-me vendido a personalidades e grupos políticos. Dados os devidos descontos, em função de perturbações psíquicas de algumas dessas figuras que têm ido inclusive às rádios para fazer julgamentos absolutamente infundados a meu respeito, gostaria de afirmar que, no geral, tais reações apenas comprovam que tenho atingido o meu objetivo de provocar uma nova reflexão acerca da experiência da fé e da experiência religiosa que se encontram e se separam em vários pontos.
O acento posto em dimensões, até então, muito pouco abordadas em pregações, formações, palestras e artigos que tenho escrito provoca espanto em muitas pessoas, ao passo que outras se sentem contempladas em seus anseios com essas novas abordagens. É importante salientar a dinamicidade do cristianismo, ele se “reinventa” a partir da força do Espírito Santo que utiliza instrumentos humanos para atualizar sempre a Boa Nova do Reinado de Deus. A insistência em eternizar modelos e formas caducas de evangelização vai exatamente de encontro a essa essência renovadora do cristianismo.
Fica claro que, mais do que nunca, faz-se necessário uma real compreensão da fé, da religião, das tradições, dos ritos, dos dogmas, dos ministérios. Há uma confusão generalizada, em parte provocada pela má fé de lideranças que transformam a experiência religiosa numa indústria de neuróticos(as) histéricos e obsessivos. Não é à toa que o fundamentalismo religioso consiste hoje na maior ameaça à paz no mundo.
Não estou disposto a aumentar os elos de uma corrente alienante da experiência religiosa. Eu sei que o preço a ser pago é altíssimo, porém, definitivamente, pagarei.