"O valor pedagógico da Confissão sacramental" é o principal elemento que o Papa Bento XVI quis destacar na audiência que concedeu, na última sexta-feira, aos participantes do Curso sobre Foro Íntimo, promovido pela Penitenciaria Apostólica e realizado de 21 a 25 de março.
Para o Pontífice, este é "um aspecto que talvez não tenha sido considerado suficientemente, mas que é de grande relevância espiritual e pastoral", porque a confissão pode ser "um 'lugar' real de santificação".
"Como o sacramento da Penitência educa? - perguntou ele. Em que sentido sua celebração tem um valor pedagógico, sobretudo para os ministros?"
Para responder a estas perguntas, sugeriu "partir do reconhecimento de que a missão sacerdotal é um ponto de observação único e privilegiado, no qual, cada dia, acontece a contemplação do esplendor da Divina Misericórdia".
"No fundo - reconheceu -, confessar significa atender tantas ‘professiones fidei' quanto o número de penitentes, e contemplar a ação de Deus misericordioso na história, tocando com a mão os efeitos salvíficos da Cruz e da Ressurreição de Cristo, em todos os tempos e para cada homem."
"Escola" para o sacerdote
"Conhecer e, de certa forma, visitar o abismo do coração humano, mesmo nos aspectos escuros - observou o Papa -, se, por um lado, põe à prova a humanidade e a fé do próprio sacerdote, por outro, alimenta nele a certeza de que a última palavra sobre o mal do homem e da história é de Deus e da sua misericórdia, capaz de fazer novas todas as coisas."
Das confissões, de fato, o sacerdote pode aprender muito, principalmente "de penitentes exemplares em sua vida espiritual, da seriedade com que realizam seu exame de consciência, da transparência no reconhecimento do próprio pecado e da docilidade diante do ensinamento da Igreja e das indicações do confessor".
"Da administração do sacramento da Penitência podemos receber profundas lições de humildade e de fé!", exclamou, definindo-a como "um apelo muito forte, a todo sacerdote, à consciência da própria identidade".
Penitentes
Em uma época caracterizada "pelo barulho, pela distração, pela solidão, o colóquio do penitente com o confessor pode ser uma das poucas - quando não a única - oportunidade de ser ouvido de verdade e em profundidade".
Por esta razão, pediu aos sacerdotes que deem "o espaço adequado ao exercício do ministério da Penitência no confessionário: ser acolhidos e escutados também é um sinal humano do acolhimento e da bondade de Deus para com seus filhos".
* Fonte: Portal Zenit (http://www.zenit.org/article-27601?l=portuguese)