Assistente social de São José dos Campos - SP se posiciona sobre matéria no patosonline.com

 

A assistente social patoense Zenilda Lua residente em São José dos Campos – SP enviou para nossa redação o seu posicionamento sobre a matéria publicada no site patosonline.com: A realidade que poucos vêem e querem ver em Patos.

A referida matéria trata das condições de vida de uma das famílias do Bairro das Placas em Patos – PB e repercutiu em todo o estado. A assistente social ainda confessou que está elaborando com mais tecnicidade um documento que será enviado para demais autoridades do estado da Paraíba.

 

Veja na íntegra a carta:  

 

É vergonhoso acessar o site da minha cidade e ver cenas como estas. Patos que já se destacou como um dos municípios de mais rápido desenvolvimento industrial do sertão paraibano!

Onde estão os Assistentes e Agentes Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Social? Onde estão os gestores do CRAS que não identificam recursos (ou se identificam - não fazem uso dos mesmos) para atendimento e defesa dos direitos destes cidadãos especificados na matéria?

Não falo do Direito de receber uma cesta básica de Natal, repassada por agentes que reproduz o funcionalismo das damas de caridade! Falo do Direito a capacitação profissional, empreendedorismo, educação, dignidade! Não é de hoje que os nossos governantes desrespeitam o artigo 6º da Constituinte de 1988 que estabelece como direitos sociais a educação, saúde, trabalho e moradia. Nossos governantes têm negado estes direitos promovendo os excluídos dos excluídos com suas promessas descumpridas e cada vez mais falsas!

É lamentável saber que a Pastoral da Criança inexiste para estes filhos do abandono, que Padres e Diáconos da Diocese se mobilizam e realizam mutirão em prol de melhoria na comunicação, ignorando a realidade deste tempo que é também de barbárie. 

Há de se evocar alguém com a altivez de um Tomaz de Aquino para poder sensibilizar autoridades Evangélicas e Kadercistas, empresários, voluntários, sociedade civil, num coletivo próprio para um bem comum, elaborando e executando programas que garantam trabalhos de caráter continuado e sócio educativo. Sem ação como esta, podemos até nos trancar nos nossos apartamentos ou casas bem planejadas, blindar nossos carros, mandar nossos filhos para locais seguros, não estaremos livres da erva daninha que plantamos. Quando menos esperarmos ela aparece no nosso jardim. Estamos plantando e adubando uma sociedade doente, vulnerável, segregada que revidará de forma intensificada. Infelizmente.

 

Com muita tristeza...

 

Zenilda Lua - Patoense e Assistente Social 

 

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