O Papa Bento XVI rezou, neste domingo,16, a oração mariana do Ângelus com os fiéis e peregrinos presentes no pátio da Residência Apostólica de Castel Gandolfo. No seu discurso antes da oração, o Santo Padre recordou que, no último sábado, 15, em diversos países, foi celebrada a grande festa da Assunção de Nossa Senhora ao céu, e que no Evangelho deste domingo lemos as palavras de Jesus: “Eu sou o pão vivo, descido do céu” (Jo 6,51).
“Não podemos ficar indiferentes a essa correspondência, que roda ao redor do símbolo do “céu”: Maria foi elevada ao lugar de onde o seu Filho tinha descido”, disse Bento XVI.
O Santo Padre continuou refletindo que “Jesus se apresenta como o 'pão vivo', isto é, o alimento que contém a vida de Deus e é capaz de comunicá-la a quem Dele come. Ele diz: 'Se alguém come deste pão viverá eternamente e o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo'”. A seguir, Bento XVI pergunta: "de quem o Filho de Deus recebeu a sua carne, a sua humanidade concreta e terrena?".
“Ele recebeu da Virgem Maria. Deus recebeu dela o corpo humano para entrar na nossa condição mortal. Por sua vez, no fim da existência terrena, o corpo da Virgem foi elevado ao céu por Deus e entrou na condição celeste. É uma espécie de intercâmbio, no qual Deus tem sempre a plena iniciativa, mas, em certo sentido, tem também necessidade de Maria para preparar a matéria do seu sacrifício: o corpo e o sangue, a ser oferecido na Cruz como instrumento de vida eterna e, no sacramento da Eucaristia, como alimento e bebida espirituais".
"Caros irmãos e irmãs o que se verificou em Maria, vale também para cada homem e cada mulher. A cada um de nós Deus pede para acolhê-Lo, de colocar a disposição o nosso coração e o nosso corpo, a nossa inteira existência, para que Ele possa habitar no mundo”, acrescentou o Papa.
O Santo Padre também afirma que o convite também é para hoje de nos unirmos a Ele no sacramento da Eucaristia, "para formar junto com a Igreja, Pão repartido para a vida do mundo".
“E se nós dizemos sim, como Maria, na mesma medida desse nosso sim, ocorre também para nós e em nós aquele misterioso intercâmbio: somos admitidos na divindade Daquele que assumiu a nossa humanidade”.
“A Eucaristia é o meio, o instrumento deste recíproco transformar-se, que tem sempre Deus como fim e como ator principal. Ele é a Cabeça e nós os membros, Ele é a Videira, nós os ramos. Quem come deste Pão e vive em comunhão com Jesus, deixando-se transformar por Ele e Nele, é salvo da morte eterna: morre como todos, participando também do mistério da paixão e da cruz de Cristo, mas não é mais escravo da morte, e ressuscitará no último dia, para desfrutar da festa eterna com Maria e com todos os Santos”, continuou Bento XVI.
Ao concluir, o Santo Padre afirmou que “este mistério de vida eterna começa já aqui: é mistério de fé, de esperança e de amor, que se celebra na liturgia, especialmente eucarística, e se exprime na comunhão fraterna e no serviço ao próximo. Rezemos à Virgem Santa, a fim de que nos ajude a nutrirmos sempre com fé do Pão da vida eterna para experimentar já na terra a alegria do Céu”.
Fonte: Canção Nova