Os esposos bem preparados “fecham o caminho ao divórcio”, lembra o Papa Bento XVI

Ante os peregrinos congregados na Praça São Pedro, o Santo Padre recordou em suas catequeses sobre os Padres da Igreja, que este ano se cumpre o décimo sexto centenário da morte de São João Crisóstomo, nascido em 349 em Antioquia da Síria, ao sul da atual Turquia. “Chamado Crisóstomo, ou seja, “Boca de Ouro”, por sua eloqüência, pode-se dizer que vive ainda hoje através de suas obras”, indicou o Pontífice.

O Santo Padre salientou que o santo é “um dos Padres mais prolíficos; dele se conservam 17 tratados, mais de 700 homilias autênticas, os comentários a Mateus e a Paulo e 241 cartas. Não foi um teólogo especulativo. Transmitiu a doutrina tradicional e segura da Igreja em uma época de controvérsias teológicas suscitadas principalmente pelo arianismo, ou seja, a negação da divindade de Cristo”.
“Sua teologia — continuou — era finamente pastoral. Era constante nela a preocupação pela coerência entre o pensamento expressado pela palavra e aquilo que se vive. Esta é, em particular, a linha condutora das esplêndidas catequeses, com as quais preparava os catecúmenos para receber o Batismo”. O Papa Bento XVI afirmou que “São João Crisóstomo se preocupou de acompanhar com seus escritos o desenvolvimento integral das pessoas, nas dimensões física, intelectual e religiosa”.

Em seus escritos, Crisóstomo destacava a importância da infância, “porque é quando se manifestam as inclinações ao vício e à virtude e, por isso, é nesta idade que a lei de Deus deve ser gravada na alma “como sobre uma tábua de cera”.

“À infância — pode-se ler nos escritos de São João Crisóstomo — segue o mar da adolescência, onde sopram ventos violentos, porque é quando cresce a concupiscência”. Depois chega o noivado e o matrimônio. Neste sentido, o santo afirma que “os esposos bem preparados fecham o caminho ao divórcio. Tudo se desenvolve com alegria e podem-se educar os filhos na virtude. Depois, quando nasce o primeiro filho, forma-se uma ponte; os três se tornam uma só carne, porque o filho une as duas partes e os três constituem ‘uma família, uma pequena igreja’”.
 


Fonte: Notícias Eclesiais (http://www.eclesiales.org)