Menores têm virgindade para serem leiloadas e exploradas sexualmente em Patos



Como se não bastasse viver na linha da pobreza, famílias estão enfrentado um outro drama na Paraíba: grupos de cafetões e cafetinas profissionais estão aliciando meninas entre 12 e 13 anos que têm a virgindade preservada para serem submetidas a leilões e exploradas sexualmente.

O crime, que estarrece e evidencia pura perversão, tem sido registrado na cidade de Patos, a 300 quilômetros de João Pessoa. A denúncia é do procurador do Trabalho na Paraíba, Eduardo Varandas, que anunciou uma mobilização dos órgãos de segurança pública para investigar a prática e prender quem faz do sexo meio de explorar adolescentes e ganhar dinheiro fácil.

De acordo com o procurador, ao longo de muitos a exploração do sexo de adultos e crianças no estado foi atividade rotineira pelo fato de existir tolerância do próprio poder público. Prevalecia, diz ele, uma cultura machista de que a prática era comum se a vítima fosse do sexo feminino. Em Patos, a situação é mais estarrecedora porque não ocorre apenas a exploração. As adolescentes aliciadas seriam postas em leilões e, depois, entregues a "figurões" locais. Muitas seriam levadas para fora da Paraíba.

A continuidade do crime na cidade, diz o procurador, se deveria ao fato de investigação conduzida por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na década de 1990, ter sido abafada depois de apontar envolvimento de pessoas influentes na cidade. Políticos e empresários seriam clientes de cafetina e aliciadores de mães - para que elas entregassem as filhas mediante pagamento.

O procurador informou que todos os órgãos de segurança vão ser acionados para construir uma articulação capaz de combater a exploração. "A Constituição Federal assegura que crianças e adolescentes tenham direito a proteção. Portanto, é uma obrigação do Estado fazer valer o que está escrito", cobra o procurador.

Para seduzir as adolescentes, os aliciadores lhes dão um "banho de loja". Depois, fazem fotografias delas e confeccionam books com destino a pessoas interessadas em participar de leilões. A virgindade precisa ser garantida para viabilizar o pagamento.

Gorjeta
O procurador Eduardo Varandas ressalta que as cafetinas cobram R$ 100 dos supostos clientes das adolescentes e, desse valor, destinam uma gorjeta de 10% para a própria garota ou a mãe dela. Depois de impressionadas pela promessa de uma vida melhor, as adolescentes são levadas de moto ou em carros de luxo para locais previamente preparados pelas cafetinas. Lá, tiram as fotos que passam a integrar o acervo feito pelos criminosos.

O esquema de exploração incluiria o trabalho desempenhado por cafetões. Eles pagariam propina às mães das meninas, seduziriam as garotas com promessas de vida melhor e fariam fotos das vítimas Eduardo Varandas fez questão de frisar que, quando os episódios de exploração sexual são descobertos, as mães das adolescentes são convocadas a prestar informações sobre o crime. O procurador diz que, às vezes, elas ficam envergonhadas com a situação. Em outras, demonstram surpresa. Há, ainda, aquelas que não se preocupam com a situação pois têm conhecimento e até recebem dinheiro pelos programas das filhas.

Fonte: Por Luiz Conserva, do Jornal O Norte