Dom Helder Câmara: testemunho do Evangelho no amor aos pobres

      


Dom Helder Pessoa Câmara, uma vida em defesa dos mais pobres e necessitados, testemunhando o Evangelho de Jesus Cristo
   

Uma vida dedicada em favor dos mais pobres. Com essas poucas palavras pode-se resumir Dom Helder Pessoa Câmara. Ex-arcebispo de Olinda e Recife, nascido em Fortaleza (CE) em 07 de fevereiro de 1909, desde pequeno sentia vontade de ser padre e viveu como poucos a verdadeira essência do Evangelho: a doação aos mais necessitados.

Quando ainda era criança, já tinha consciência do serviço que queria abraçar. Certa vez, Dom Helder disse que fora questionado pelo pai a cerca do desejo de ser padre, tendo o menino respondido que sim. Então o pai disse: “Já que você quer ser padre, então aprenda uma coisa: padre e egoísmo não combinam, andam sempre separados”. E ele respondeu prontamente: “Então é esse tipo de padre que eu quero ser”.

O despetar para a vocação sacerdotal surgiu com apenas quatro anos de idade, devido a influência dos padres Lazaristas que atuavam em Fortaleza, naquela época. Aos 14 anos, ingressou no Seminário Diocesano de Fortaleza, sendo ordenado aos 22, com autorização especial da Santa Sé, devido à pouca idade.

O então padre Helder Pessoa Câmara foi morar na cidade do Rio de Janeiro, em 1936, e, em 1952, foi nomeado bispo auxiliar daquela arquidiocese. Durante os 28 anos que ele morou no Rio, Dom Helder desenvolveu importantes projetos voltados para os
mais pobres, como o Banco da Proviência, que emprestava dinheiro, e a Cruzada São Sebastião, um conjunto de apartamentos construídos para acabar com as favelas.

Aos 55 anos, em 12 de março de 1964, Dom Helder Câmara assumiu o governo da Arquidiocese de Olinda e Recife. No momento da sua nomeação para o Recife, ele estava colaborando com os trabalhos do Concílio Vaticano II, em Roma, e foi chamado pela imprensa internacional de “O homem do papa Paulo VI em Recife”. Dom Helder desembarcou na capital pernambucana em 11 de abril de 1964, sendo recebido por uma multidão de pessoas e diversas autoridades. No seu discurso de posse, ele disse que era: “um nordestino falando a nordestinos com os olhos postos no Brasil, na América Latina e no mundo. Um cristão dirigindo-se a cristãos, mas de coração aberto, ecumenicamente, para os homens de todos os credos e de todas as ideologias. Um bispo da Igreja Católica que, à imitação de Cristo, não vem ser servido, mas servir”.


Fonte:CNBB Nordeste 2