Em sua mensagem aos catequistas, Dom Eugênio Rixen, Presidente da Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética da CNBB, destaca os preparativos para o Ano Catequético e a missão do catequista, que é “nutrir e manter acesa a chama da esperança e da fé, pedindo ao Senhor que permaneça nas famílias, nas comunidades, na Igreja-Comunhão, espaço privilegiado da partilha, onde todos se sentem família, membros de um só corpo, porque reconhecem o Cristo partido e repartido não somente na eucaristia, mas na vida dos irmãos e irmãs e que a Boa Nova chegue aos corações e desperte a solidariedade, a inclusão e a justiça.
Reconhecemos a importância deste ministério para a vida da Igreja; milhares de catequistas cumpriram e continuam cumprindo, com determinação e amor, a missão que Deus lhes confiou neste chão de Rondônia. Nas visitas pastorais constato que, mesmo nas comunidades mais distantes, sempre tem a catequese, mesmo que ninguém tenha feito algum curso ou participado de algum encontro. Sempre vai haver uma pessoa que acolhe a inspiração de Deus e começa a reunir os jovens e as crianças para educá-los na fé. Há comunidades que são verdadeiras expressões da catequese de adultos; favorecem uma educação da fé, ligada mais à vida da comunidade. Pela catequese a graça de Deus é acolhida, as mentes se abrem para a verdade do Evangelho, e os corações são motivados para a vivência fraterna (D.Valentim).
Existe uma verdadeira multidão de abnegados catequistas, que testemunham a gratuidade da fé, dom de Deus, não só pela maneira gratuita como eles mesmos desempenham seu ministério, mas, sobretudo, porque manifestam a força de Deus, que os envolve, e torna-os instrumentos da ação poderosa do Pai que continua atraindo todos para o seu Filho, a presença de Jesus que revela sua verdade, e a atuação do Espírito que vai suscitando a comunhão eclesial, reflexo da comunhão trinitária. É dentro desta dinâmica divina que o catequista se sente envolvido. Por isto ele se torna a mediação humana do encontro que Deus quer ter com cada pessoa. A verdadeira catequese precisa levar ao encontro pessoal com o Deus vivo, por meio de Jesus Cristo e na comunidade eclesial.
Um autêntica catequese ajudará a introduzir os catequizandos nos “lugares” conhecidos do encontro com Deus, como a leitura orante da palavra de Deus, o exercício da oração pessoal e comunitária, a experiência da participação na vida eclesial, a participação na Eucaristia e nos demais sacramentos, a prática da caridade fraterna e a vida moral coerente com o Reino de Deus anunciado por Jesus. Pela atuação dos catequistas, a opção religiosa não será somente consentimento intelectual às formulações doutrinárias, com risco de superficialidade ou de fanatismos, mas se tornará adesão pessoal, permeada de valores humanos e cristãos, que os catequistas transmitem por seu testemunho de vida.
Um texto bonito de liturgia na festa dos apóstolos diz assim: “Vossos amigos, Senhor, anunciam a glória do vosso nome!” Os discípulos são verdadeiros amigos de Jesus Cristo, que os introduz na intimidade com Deus. A catequese é ação dos verdadeiros amigos de Deus. A catequese eficaz leva à amizade com Deus. E leva a doar a vida pelos irmãos incondicionalmente.
CARTA DE DOM CLAÚDIO HUMMES AOS CATEQUISTAS
Ao dirigir-se aos catequistas do mundo inteiro, Dom Claúdio Hummes, afirma que na “América Latina e Central, ainda que não exclusivamente, existem catequistas assassinados por serem catequistas, isto é, testemunhas e anunciadores de Cristo e de uma verdade revolucionária: Deus ama o homem”.Além disso, existem catequistas mártires já beatificados. È um exército imponente presente no mundo inteiro, sempre em primeira linha. A Igreja lhes deve muitíssimo; o catequista é uma pessoa “capaz de cultivar relações de amor autênticas, e em um mundo freqüentemente sem esperança, alvo da violência e do egoísmo, cada gesto do catequista, cada sorriso, cada palavra, dever ser um testemunho de que o Senhor ama o homem”, acrescenta.
Por tudo isso, o catequista deve ser um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, uma pessoa que já encontrou Cristo, que fez uma escolha pessoal e comunitária por Cristo, uma pessoa em escuta e busca contínua de Cristo, orientada para Ele no coração da Igreja, fiel aos seus ensinamentos. É fundamental que o catequista tenha uma formação suficiente para a sua missão, adaptando-se à região em que está vivendo, consciente que é necessário transmitir a catequese em sua integridade e não somente uma parte. Este é o seu conselho aos catequistas: “Fazer que entendam que Deus nos ama”; devemos repetir de que Deus nos ama. Só seremos capazes de amar a Deus se antes tivermos a experiência de que Ele nos ama.
O ANO CATEQUÉTICO E O 12° INTERECLESIAL DE CEB’S
Neste dia dos Catequistas, convocamos todos os catequistas a concentrarem seus esforços na preparação dos grandes eventos de 2009: a realização do 12° Intereclesial das Cebs – 21 a 25 de julho em Porto Velho -, conclusão do ano paulino (junho 2009) e a Celebração do Ano Catequético, que culminará com a 3ª Semana Brasileira de Catequese de 06 a 11 de outubro de 2009, que tem como tema: “Catequese, caminho para o discipulado e lema: “Nosso coração arde, quando ele fala, explica as escrituras e parte o pão” (Lc 24,13-35).
O texto-base está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emáus (Lc 24,13-35). Fortalece a unidade entre fé e vida nas Cebs:” “Nas comunidades eclesiais de base se desenvolve uma catequese fecunda, através do clima fraterno, como ambiente adequado para uma ação catequética integral” . (TB 126 f)
O Ano Catequético tem como objetivo dar novo impulso à catequese como serviço eclesial, caminho para o discipulado, seguimento e missão, recuperando a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé capaz de atingir a todos, não somente as crianças, adolescentes, jovens, mas especialmente aos adultos e que se constitua num itinerário catequético permanente (DA 298). A sociedade sofreu mudanças rápidas e profundas, o pluralismo religioso, a secularização, a banalização do sagrado e dos valores evangélicos, o subjetivismo. Estes desafios necessitam ser assumidos pela Igreja com seriedade e zelo pastoral, por isso, o eixo norteador de todas as atividades sugeridas para o Ano Catequético estão direcionadas à formação para o discipulado numa Igreja que prioriza a Iniciação à Vida Cristã em vista da missão e do Reino da Vida.
Como se insere no processo de recepção do Documento de Aparecida e das Novas Diretrizes e demais eventos eclesiais, o Ano Catequético vai impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja.
* Artigo escrito por Dom Moacyr Grechi, Arcebispo de Porto Velho - RO.