Expectativa é que o Congresso anime ainda mais a missão no Brasil

O diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM), padre Daniel Lagni, participou do Fórum sobre Missão e Juventude durante o CAM3-Comla8. Na sua opinião, é necessário conhecer melhor o mundo do jovem para entender sua forma de expressar a fé. “O fórum dizia que os jovens têm uma nova maneira de ser e expressar que gera uma nova cultura. Não se trata de contestação, mas de busca da verdade de uma forma que não entendemos direito”, conta padre Daniel. “O jovem quer participar da Igreja e da missão, mas como protagonista e não como quem assiste de camarote”.

Segundo o diretor das POM, a missão não é uma questão pessoal, mas da comunidade e exige formação e informação. Na sua opinião, também a ecologia deve ser tema da missão. “A ecologia é uma questão teológica, isto é, põe em jogo toda a obra criada por Deus onde está, sobretudo, o ser humano. Trata-se de cuidar da casa comum que é o mundo. A missão tem que nos empurrar para uma sensibilidade ecológica que envolve a qualidade de vida das pessoas e o futuro da humanidade. No sentido positivo, a missão também está globalizada”.

Falando das missões no Brasil, padre Daniel ressaltou as boas relações existentes entre os vários organismos da Igreja que discutem a missão. "Sempre procuramos fazer um trabalho colegiado, embora cada um tenha sua especificidade. A cada campanha missionária, em outubro, resgatamos em ótica missionária a Campanha da Fraternidade realizada pela CNBB. O Congresso Missionário que realizamos, por exemplo, não foram das POM, mas da Igreja do Brasil onde estão vários organismos CNBB, CRB, CCM, POM, Comina, Comires”, explicou.

Sobre as expectativas das contribuições do CAM3-Comla para o Brasil, padre Daniel disse ter esperança de que o encontro desperto a Igreja do Brasil para a missão ad gentes. “Embora tenhamos necessidades locais muito urgentes, se nos fecharmos sobre nós mesmos a missão perde e ficamos ao reboque da história”, afirmou. A mesma opinião tem o secretário da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, padre Vitor Menezes. “O Espírito Santo precisa empurrar os brasileiros para a missão ad gentes ou inter gentes. A Igreja do Brasil também tem a missão de levar o evangelho para o mundo”, sublinhou.

O diretor do Conselho Missionário do Regional Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe), padre Nicivaldo, se mostrou animado com o Congresso e também aponta a necessidade da Igreja do Brasil assumir a missão além fronteiras. “A Igreja nos últimos tempos tem se despertado para a missão, mas ainda não há uma consciência muito clara para a missão ad gentes”. Ele participou do Fórum que discutir a Migração e gostou do que viu. “O tema da migração é muito interessante porque mostra o olhar misericordioso da Igreja para com os migrantes que são uma realidade muito forte na América Latina. A Igreja precisa acolher os migrantes”, observou.

Fonte: CNBB