Aconteceu na noite desta sexta-feira, 12 de fevereiro, no auditório do Colégio Cristo Rei, em Patos PB, um importante debate sobre o Tema da Campanha da Fraternidade 2016 cujo tema é “Casa Comum, Nossa Responsabilidade” tendo como foco a situação preocupante do Saneamento Básico no Brasil. O debate foi parte integrante de uma vasta programação de lançamento da Campanha da Fraternidade, promovida pelo Regional Nordeste II da CNBB.
A Mesa de Acolhida e Abertura do evento, foi composta por Dom Eraldo Bispo da Silva, Bispo da Diocese de Patos, Dom Fernando Saburido, Bispo da Diocese de Olinda e Recife e presidente do Regional Nordeste II da CNBB, Dom Manoel Delson, da Diocese de Campina Grande, Dom Lucena, da Diocese de Guarabira, do Pastor João Francisco Isvael, da Igreja Anglicana na ocasião representando o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, o CONIC e a Irmã Maria Aparecida, diretora do Colégio Cristo Rei.
Após a mesa de abertura, aconteceram duas exposições contextualizadas sobre o tema com a participação do Pare Egídio Carvalho, da Arquidiocese da Paraíba e do Professor Jacob Silva Souto, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Patos. As exposições bem fundamentadas por ambos conseguiram desnudar e explicitar a preocupante situação que a sociedade brasileira em geral e os mais pobres do país, em particular, enfrentam com relação à degradação ambiental e à falta de uma política universal e adequada de Saneamento Básico no Brasil.
Segundo dados apresentados e que podem ser conferidos no Texto-Base da Campanha da Fraternidade, o Brasil está entre os 20 países do mundo onde a população tem menos acesso a banheiros. Cada brasileiro produz em média, 01 kg de resíduos sólidos. Só a cidade de São Paulo produz diariamente entre 12 a 14 mil toneladas de resíduos sólidos. Os resíduos sólidos no Brasil, em mais de 50%, são depositados a céu aberto, nos lixões. Apenas cerca de 20% dos municípios brasileiros coletam e tratam os seus esgotos. Cerca de 48% dos municípios sequer coletam os seus esgotos.
Segundo o Padre Egídio e o Professor Jacob, a degradação ambiental que se enfrenta hoje não é fruto do acaso, mas é consequência de um modelo de desenvolvimento que estimula o consumismo e o descartável. É fruto também da falta de Políticas Integradas que promovam um desenvolvimento sustentável e respeito ao ambiente.
O padre Egídio fez um importante destaque sobre o papel da Igreja e das organizações da Sociedade Civil Organizada na construção de tecnologias sociais para captação e armazenamento de água das chuvas, na zona rural do Semiárido Brasileiro. Segundo o Padre Egídio, as cisternas têm um importante papel na oferta de água potável às populações rurais, com repercussão na melhoria da qualidade de vida.
O último momento foi dedicado à interação dos expositores com o público que lotou o auditório.
O Professor Jacob enfatizou que o desafio do lixo orgânico poderia ser transformado em oportunidade positiva , se o mesmo fosse devidamente tratado e transformado em adubos, o que já acontece em alguns municípios mais desenvolvidos do Brasil.
O padre Egídio lembrou aos participantes que a intenção da Igreja não é promover uma campanha para ela mesma, mas provocar a sociedade e o estado Brasileiro sobre graves problemas que afetam a toda a população. Ele lembrou que como resultados concretos das Campanhas da Fraternidade foram surgindo novas leis e políticas que hoje se traduzem em melhoria de vida sobretudo para os mais pobres.
TEXTO: PASCOM DIOCESANA DE PATOS
Fonte: CNBB Nordeste 2