Bento XVI às Rádios Católicas:

"É importante tornar atraente a Palavra de Deus"  
 
Bento XVI recebeu na manhã desta sexta-feira, na Sala Clementina, os participantes no Congresso Internacional para os Responsáveis de Rádio Católicas, promovido pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, cerca de 130 pessoas.

No discurso que dirigiu aos presentes o Papa, primeiramente saudou com afeto, através dos presentes, os muitos ouvintes dos diversos países e continentes que todos os dias ouvem as suas vozes e graças ao seu serviço de informação aprendem a conhecer melhor Cristo, a escutar o Papa e a amar a Igreja. É importante “tornar atraente a Palavra de Deus” dando-lhe corpo através de transmissões radiofônicas que toquem “o coração dos homens do nosso tempo” e participem “na transformação da vida dos nossos contemporâneos”: foi a exortação que o Papa fez aos presentes na Sala Clementina.

Depois de agradecer o Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações, Dom Cláudio Maria Celli, pela saudação feita momentos antes, - durante a qual ele recordou a visita de Bento XVI à Rádio Vaticano -, o Papa disse que as muitas e diversas formas de comunicação com as quais devemos nos confrontar, manifestam com evidente clareza como o homem, na sua estrutura antropológica essencial, seja constituído para entrar em relação com o outro. E o faz, sobretudo, através da palavra:...

“Na sua simplicidade e aparente pobreza, a palavra, inscrevendo-se na comum gramática da linguagem, se coloca como instrumento que realiza a capacidade de relação dos homens. Esta se baseia na riqueza compartilhada de uma razão criada à imagem e semelhança do LOGOS eterno de Deus, isto é daquele LOGOS no qual tudo livremente e por amor é criado”.

Pensamento que o Papa desenvolveu falando em francês:

“Em razão da sua ligação com a palavra, o rádio participa da missão eclesial, mas ao mesmo tempo gera uma nova maneira de viver, de ser e de fazer Igreja. As múltiplas formas de comunicação podem ser um dom de Deus a serviço do desenvolvimento da pessoa humana e de toda a humanidade. O rádio, em particular, através da palavra e da música pode informar e formar, anunciar e denunciar, mas sempre no respeito da realidade e na clara perspectiva da educação à verdade e à esperança.
Jesus nos doa a verdade sobre o homem e para o homem – disse ainda o Papa – e a partir desta verdade, nos dá uma “uma esperança para o presente e para o futuro das pessoas e do mundo”. Por isso o Papa encoraja as rádios católicas na sua missão e as felicita pelo seu trabalho.

O Papa em seguida citando a sua Encíclica Spe Salvi disse que o Evangelho, que “não é somente uma comunicação de coisas que se podem saber, mas sim uma comunicação que comporta fatos e muda a vida”. Esta autocomunicação de Deus é a que oferece um novo horizonte de esperança e de verdade às esperanças humanas, e dessa esperança é que surge, já neste mundo, o início de um mundo novo, dessa vida eterna que ilumina a obscuridade do futuro humano.

O Papa encerrou o discurso falando das entusiastas perspectivas que se abrem ao trabalho dos comunicadores. As suas emissoras podem representar, desde agora, um pequeno mas concreto eco no mundo daquela rede de amizade que a presença de Cristo Ressuscitado, o Deus conosco, inaugurou entre o céu e a terra e entre homens de todos os continentes e épocas.

Assim fazendo, concluiu o Papa, o trabalho de vocês se inscreverá a pleno título na missão da Igreja, à qual convido a amar profundamente. Ajudando o coração de cada homem a abrir-se a Cristo, vocês ajudarão o mundo a abrir-se à esperança e a espalancar-se àquela civilização da verdade e do amor que é o fruto mais eloquente da sua presença entre nós.
 
 
Fonte: Radio Vaticano
Local:Cidade do Vaticano