Nesta sexta-feira, 15 de agosto, aconteceu o 5º e último Encontro da Semana Nacional da Família celebrado nas ruas. Na Comunidade São José, na Rua do Meio, houve uma Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Rodrigo Trindade.
Fundamentado na Liturgia deste dia e iluminado pelo Espírito Santo de Deus, o Pe. Rodrigo fez uma reflexão bastante coerente com a proposta da Semana Nacional da Família que está sendo celebrada desde o dia 11 de agosto.
Veja abaixo, trechos da homilia do Pe. Rodrigo:
“Na primeira leitura, que imagem tão bela da fidelidade de Deus. Uma criança recém-nascida, uma menina abandonada. Abandonada sem que se corte o umbigo, sem que se lave, jogada na lama, se debatendo no seu próprio sangue. Deus vê esta criança, a salva e a cobre de cuidados. Quando ela cresce, a reveste de dignidade com as melhores roupas, orna-a com ouro e prata, de tal maneira que aquela criança abandonada se torna uma mulher belíssima. Esta mulher é Jerusalém. Esta mulher é o Povo de Deus. Esta mulher somos nós. Com esta mulher Deus se casa, Ele contrai matrimônio com ela, mas ela trai ao Senhor, ela se prostitui. E o que faz o Senhor diante da traição de sua esposa? Ele mantém a sua aliança, mantém a sua fidelidade, porque Deus jamais retira a palavra que Ele mesmo disse. Portanto, irmãos e irmãs, nesta Primeira Leitura que ouvimos, ao ouvir este texto tão belo, deveríamos corar de vergonha, sabendo que Deus está falando para nós. Ele que nos cuida, nos salva, nos tira das maiores imundices, nos enche de dignidade e, muitas vezes, nós traímos Este que nos salvou, Este que nos revestiu, Este que nos ornou com o seu amor, com a sua ternura”.
“Jerusalém somos nós, esta esposa infiel, esta esposa que se volta contra o esposo que é Deus. Mas Deus é sempre fiel, o ser humano é que insiste em não seguir o exemplo de Deus, por isso surgiu o divórcio”.
“No Evangelho de hoje, nós escutamos Jesus falando muito claramente que o divórcio é uma aberração, o divórcio é uma tragédia, não há nada que o explique ou que o justifique. Por isso a Igreja se mantém firme na sua convicção: “o que Deus uniu o homem não separe”. Os fariseus usam uma desculpa, "mas Moises deixava dar o divórcio", e Jesus explica, “por causa da dureza do coração”. É a dureza do coração que provoca o divórcio. E o que é um coração duro? É um coração insensível, que não compreende, que não perdoa, não releva, não tem paciência. Um coração duro é um coração que não se abre para compreender as dificuldades do outro, as limitações do outro, os erros do outro. Deus não tem coração duro, por isso Ele é fiel, por isso Ele não nos abandonou, por isso Ele não se divorciou da humanidade”.
“Nós sabemos que muitas pessoas se divorciaram. Deus não condena as pessoas que assim procederam, nem as pessoas que se uniram novamente com outra. Claro que é algo lamentável, mas é um sintoma de que o mundo tem um coração duro e que nós precisamos educar as novas gerações para que aprendam a amolecer o seu coração”.
Antes de concluir, ele falou:
“Peçamos a Deus que amoleça o nosso coração, que continue tendo paciência conosco como Ele mostrou na Primeira Leitura. Peçamos também que abençoe as nossas famílias. Abençoe a família que deu certo, que a sustente, que a persevere. Abençoe aquele casal de 10, 15, 20, 25, 50, 64 anos... de matrimônio, que os sustente, para mostrar a sociedade que é possível. Agora nos perguntemos, qual será o segredo? Com certeza foi o perdão, a paciência, o diálogo, a compreensão, a tolerância e tantos outros sacrifícios em prol do outro. Só assim se consegue chegar a cumprir a promessa: “até que a morte nos separe”.
“Peçamos também a Deus que abençoe aquela família que não deu certo, aquela família vítima do coração duro, aquele casal que não conseguiu se compreender, que não teve paciência, casal que se fechou para o perdão, para o diálogo e, assim, foi deixando separar o que Deus uniu. Peçamos a Deus que abençoe, também, os filhos de tantos pais separados".
Esta celebração contou com uma grande participação de famílias daquela Comunidade, que ouviu atentamente a reflexão da Liturgia, demonstrando com isso uma atitude de verdadeiros discípulos de Jesus.
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