Quem ama a Deus não tem medo

explica o Papa - 22/06/2008

Quem ama Deus não tem medo, pois sabe que o mal e o irracional não têm a última palavra, considera Bento XVI.
Ao rezar a oração mariana do Angelus neste domingo, o Papa falou dos medos do mundo moderno, provocados pela indiferença ou a rejeição a Deus.

Deste modo, comentou a passagem do Evangelho da liturgia dominical na qual Jesus convida a não ter medo dos homens, mas a «temer» a Deus.

«Sobretudo hoje se dá uma forma de medo mais profunda, existencial, que acaba em certas ocasiões em angústia: nasce de um sentido de vazio, ligado a uma certa cultura penetrada pela influência do niilismo teórico e prático», constatou o Papa.

«Perante o amplo e variado panorama dos medos humanos, a Palavra de Deus é clara: quem “teme” a Deus “não tem medo”».

Segundo o sucessor de Pedro, «o temor de Deus que as Escrituras definem como «o princípio da verdadeira sabedoria» coincide com a fé n'Ele, com o respeito sacro por sua autoridade sobre a vida e sobre o mundo».

«Não “ter temor de Deus” equivale a pôr-se em seu lugar, sentir-se donos do bem e do mal, da vida e da morte. Pelo contrário, quem teme a Deus experimenta em si a segurança da criança nos braços de sua mãe (Cf. Salmos 130,2): quem teme a Deus está tranqüilo inclusive em meio das tempestades, pois Deus, como Jesus nos revelou, é um Pai cheio de misericórdia e de bondade. Quem o ama não tem medo», assegura.

«O crente --reconheceu--, portanto, não se assusta com nada, pois sabe que está nas mãos de Deus, sabe que o mal e o irracional não têm a última palavra, mas que o único Senhor do mundo e da vida é Cristo, o Verbo de Deus encarnado, que nos amou até sacrificar-se a si mesmo, morrendo na cruz por nossa salvação».

«Quanto mais crescemos nesta intimidade com Deus, impregnada de amor, mais facilmente superamos toda forma de medo», indicou.

O Papa concluiu apresentando São Paulo como exemplo de quem se despojou do medo após ter descoberto o amor de Deus.

O próprio Papa inaugurará no próximo sábado o ano jubilar dedicado a reconhecer os dois mil anos do nascimento do apóstolo dos povos.

«Que este grande acontecimento espiritual e pastoral suscite também em nós uma nova confiança em Jesus Cristo, que nos chama a anunciar e testemunhar seu Evangelho, sem ter medo de nada», disse.


Fonte: Revista Missões