22/01/2009 às 19:53
Sinézio Melhorança ()
Esquiva-se do sonho o pobre menino que teme a árdua palmada paterna.
Palmada árdua, não pela dor, mas pela vergonha de contrariar um pai que, nos meandros do super-eu, institui-se protótipo absoluto do ser.
Quantos pais, quantos ais, quantos sem.
E assim tornamos Deus. Um deus meu e um deus seu.
Mas, se Deus queremos todos ser, sobrará espaço para um que seja mesmo?
Com quantas idéias se faz um deus?
Com quantas palmadas se educa um menino?
Com quantos meninos se faz um futuro?
Melhoranças pra todos!
22/09/2008 às 23:15
Francisco Almeida (fcolucena@yahoo.com.br)
A Nicodemos
Andaste errante, meu velho! Em quais campos semeaste tuas sementes?
De volta à arena revelas o que há tempo palpita em teu peito numa mistura de angústia e esperança.
É isso aí. Angústia e esperança; dois sentimentos indispensáveis para que irrompa a força e o profundo desejo de nascer de novo – exatamente como te sugeriu Jesus de Nazaré.
É verdade que estás entre os fariseus. Mas, estar entre não significa ser um. Na verdade, a força que ainda te move é a mais autêntica essência do cristianismo. A mesma que outrora, frente aos descaminhos, manteve acesa a chama da graça.
22/09/2008 às 13:47
Nicodemos (nicodemos_anoiteedospassaros@hotmail.com)
Maria era uma jovem inquieta, cheia de sonhos. Morava com os pais em uma cidade sem muitos atrativos. Seu desejo era crescer, ir além dos limites, transbordar-se. Maria sonhava grande – queria ser escritora, atriz de teatro, filósofa, cientista famosa, cantora de rock. De tanto sonhar, resolveu partir. Juntou meia dúzia de peças de roupa, seu diário, o lápis e as sandálias. Caminhou sem rumo pelas estradas estreitas e empoeiradas da região, até virar, ela também, poeira de estrada. Maria sumiu feito fantasma. Por muito tempo não se ouviu falar da jovem que deixou o lar em busca de aventuras. Nenhuma carta, sinal ou recado. Simplesmente, Maria submergiu em um ponto desconhecido do planeta. Virou mistério. Um dia, um vento quente soprou e Maria apontou no terreiro de casa. Tarde maçante de setembro. Envelhecera. Não era mais a menina de antigamente, de sorriso fácil e alma traquina. O olhar deixava transparecer um indizível cansaço. Na bagagem não existia mais o diário, seu amigo confidente da adolescência. Naquele fim de tarde sonolento, impregnado de suor e tédio, não houve que reparasse na cena melancólica de uma mulher estacionada na rua, mirando o interior de uma casa vazia.
Não procuro leitores, amigo (a). Vocês me procuram - e quase sempre não me entendem. Que culpa tenho?
A paz de Jesus e o amor de Maria pra você também!!
22/02/2010 às 17:36
Pe. Paulo Jackson - Paz a todos! (pajanosousa@gmail.com)
Os dias frios e cinzentos teimam em ser tão curtos, declinam antes do esperado... Depois de vinte e cinco anos, nevou em Roma, na velha Roma, que é dita “eterna” porque, aqui, o tempo insiste em escorrer preguiçosamente entre os nossos dedos. Foi matéria de capa dos principais jornais. Brincaram nos terraços e ruas. Crianças de cinquenta anos deram asas à imaginação e moldaram bonecos de neve para serem dissolvidos por um lânguido e desbotado sol tão logo palidamente despontasse.
E eu, absorto, ocupando-me da xícara que girava entre os meus dedos sobre a mesa do pequeno refeitório, deparei-me, atônito, com o primeiro sinal da primavera: a amendoeira floriu. Por entre o vidro embaçado da janela, contemplei as primeiras flores, ainda tímidas, que começavam a brotar. “Eis que coisas novas estão surgindo. Acaso não as percebeis?”: bradava Isaías pelas ruas poeirentas de Jerusalém, séculos antes de Cristo.
Habituamo-nos com o praticamente eterno, familiarizamo-nos com o frio do inverno e quase não mais nos extasiamos com a primeira flor da primavera. As acanhadas flores da amendoeira quebraram meus paradigmas, que pareciam magrianamente imexíveis. Descobri que devo refazer-me.
Abandonei a xícara sem perceber, aproximei-me da janela e lembrei-me do velho Jeremias. Recordei-me que o nosso Deus também gosta de brincar com as palavras, em trocadilhos que só o amor conhece. “Que vês, Jeremias?” “Vejo um ramo de amendoeira” (shaqed), respondeu o profeta. E Deus: “Pois, eu estou vigiando (shoqed) para realizar a minha palavra”. Amendoeira sentinela, sempre à espreita, sempre alerta. E nós, pobres de nós... Embrutecemo-nos. Quanta dificuldade para ler os sinais dos tempos, os sinais de um Deus que continuamente quebra os nossos esquemas porque realiza coisas novas, que, não por acaso, já estão acontecendo. “Acaso não as percebeis?”
PS.: Is 43,19
Jr 1,11-12
Que saudade dos belos textos escritos neste mural.
Jamarataia poupe-nos de suas críticas pérfidas, procure leitores do seu nível.E quanto a ovelha deixe de ser ingênua, não se deixe abater, pois nem todos seguem o exemplo que Jesus nos deixou, o de desejar a paz a todos, paz que é de Cristo.
A paz de Jesus e o amor de Maria. Típica saudação de quem promove a paz e o amor.
\"Eu vim trazer fogo à terra e desejo que arda\", diria Jesus. Mas, em todo caso, fico com o pestanejar dos neuróticos e histéricas que batem às portas do céu - aquele céu de lá de cima, onde esconderam suas frustrações e desencantos. O real sequer foi percebido, muito menos querido ou construído.
Aos vencedores as batatas!!
O poço da contradição e da hipocrisia. Se você se queixa de vê tudo isso na Igreja, não estaria você também indo à missa só pra olhar pra vida dos outros e julgá-los com a sua autoridade de santa? Cuidado, figura, a medida com que medirdes sereis medida. Não julgueis para não serdes julgada.
Te encontro no inferno.
Deixa de ir a igreja pro causa dos outros, confeço que é um grande erro, mais a verdade seja dita, nas igrejas existe sim pessoas que já destriuram lares e que inclusive vai a igreja para proclamar as leituras no presbiterio, existe sim pessoas que passam a semana inteira de porre e vão pra missa nos domingos receber a eucaristia, existe sim pessoas que vão pra missa só olhar a roupa e aparencias dos que ali estam e assim como existe, \" não na nossa paróquia ( Paróquia Santo Antônio)\",mais em outras paróquias do brasil padre que hoje estam escultando confições e amanhã estam comeendo abusos sexuais.
Como dizia o saudoso Pe. Leo o encardido conhece a palavra e fala através dos cristãos quando estes se deixam levar por sentimentos humanos. Caro Jamarataia não engane seu coração inquieto, pois não está me inquietando e sim me entristecendo. Este mural não é só de vocês como bem sabem, meçam suas palavras antes de usá-las aqui. Alegrava meu coração ler os belos textos e questionamentos, hoje com suas críticas e questionamentos opulentos de sagacidade estão instigando revolta, pensem na lei do retorno. Não quero respostas ou perguntas sem fundamento endereçadas a mim, desejo de todo o meu coração que este espaço esteja repleto de unção e graça de Deus.
Fiquem com a paz de Jesus e o amor de Maria!