Amiga Florência,
\"Posso não concordar com nenhuma palavra que você diz mas defenderei, até a morte, o direito de você dizê-las\".
Uso as palavras de Voltaire para comentar a sua opinião sobre Hitler. Tenho dúvidas se ele não se dizia cristão, afinal suas origens religiosas eram católicas. Contudo, ainda bem, sua obsessão ariana não era motivada por princípios cristãos, mas nacionalistas. Se ele tivesse sido um líder religioso provavelmente teria sido tão fundamentalista quanto foi em sua ideologia, assim sendo, os estragos teriam sido tais quais.
Se há algo que podemos dizer para atenuar sua fama de monstro, acredito que esse algo passa pela condição de bode expiatório que lhe foi imposta, afinal de contas as idéias eugênicas que encontravam-se dentre as que fundamentaram a ideologia nazista, não têm suas origens em Hitler nem na Alemanha, Rússia e Estados Unidos, por exemplo, plantaram e cultivaram com muito zelo, antes de Hitler, essa semente. E não nos enganemos, as idéias que justificaram as decisões nazistas continuam mais vivas do que nunca, inclusive dentro de muitos de nós.
Melhoranças pra todos!
Querido Sinézio,
Concordo plenamente que a nossa fonte são os valores ensinados por Jesus, desculpe se não fui tão clara. Quando falei em raízes tomei por base a imagem pintada no centro da igreja de Santo Antônio, é uma árvore e sua raiz sai do sacrário onde reside o Nosso Salvador.
Abraços!
Tenho refletido bastante sobre o que falta nos cristãos e acredito que seja Vontade de fazer a VONTADE DE DEUS, somos muito acomodados.
Certo dia, quando estudava em uma aula de história, comentei com meu amigo que admirava Hitler, ele se surpreendeu, me olhava como se não me reconhecesse. Decidi explicar-lhe o porquê, eu não o admiro pelo que ele fez, mas por sua força de vontade e luta para realizar aquilo que acreditava.
Estou certa de que se Hitler fosse cristão hoje seria um santo e dos conhecidos por suas obras. E não só ele, porém outros que se destacaram ao longo da história por sua coragem. Confesso que gostaria de ter a força de vontade de Hitler para realizar as obras de Deus. Pois como disse shakespeare em Hamlet: \" Não há nada no mundo tão vil que não traga a terra algum benefício, nem há nada tão bom que desviado de seu próprio uso não acabe caindo no abuso \".
Continuo pedindo, se eu estiver equivocada me ajudem.
Abraços!
Gente!
Confesso que estou emocionado com o que está acontecendo por aqui. Antes éramos homens inquietos, agora homens e mulheres, com reflexões extraordinárias e uma sintonia que não elimina a pluralidade, mas une os ideais.
Bem vindas, Inês e Maria Marta Pé no Chão.
Avante!!
Melhoranças a todos!
Acho que este texto tem tudo a ver com o que vocês estão discutindo, por isso quiz publicá-lo aqui.
Olhaí, sem querer fazer crítica a nenhuma igreja, mas boa parte de nós somos assim. O preço da humildade é a eterna vigilância. Orar e vigiar... Talvez seja um texto pra nos trabalharmos em grupo na pastoral, inclusive nas pastorais sociais... temos preconceito até entre nós mesmos...
O Mau Samaritano
Derrel Homer Santee *
Adital -
Jesus perguntou ao professor da Lei:
\"Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?\"
\"Aquele que o socorreu!\"
respondeu o professor da Lei.
E Jesus disse: \"Pois vá e faça a mesma coisa.\" Lucas 10.36-37 (leia 10.25-37) - BLH
Os samaritanos e os judeus tinham ódio mútuo e viviam em comunidades separadas. Não se relacionavam socialmente. Eram inimigos. Para um bom judeu, pronunciar a palavra, \"samaritano\", amargava a boca. Os samaritanos eram vistos, pelos judeus, como \"povo contaminado\", sem nenhuma virtude. Eram todos malditos. Os samaritanos detestavam os judeus da mesma forma.
A parábola do samaritano era uma ofensa aos professores da Lei (fariseus). Na história, o samaritano desprezado era capaz de colocar de lado todo o preconceito e exercer misericórdia. O sacerdote e o levita, irmãos na fé, teriam toda a razão para socorrer o compatriota, mas passaram do outro lado da estrada, deixando o coitado entregue a sorte! O samaritano teria toda a razão para regozijar diante da desgraça da vítima e dar ainda mais alguns chutes para completar o \"serviço\" dos ladrões.
O mau samaritano foi o herói da história! Tendo misericórdia ele salvou o inimigo, mesmo correndo o risco de também ser assaltado. Aplicou os primeiros socorros e pagou do seu próprio bolso as despesas do tratamento. Quando Jesus perguntou: \"Qual desses três foi o próximo do homem assaltado?\" o professor da Lei não pronunciou a palavra, \"samaritano\", mas disse: \"Aquele que o socorreu!\". Dos três que passavam pelo caminho do assaltado, somente o samaritano detestado mostrava o amor de Deus!...
Até que ponto os cristãos são iguais aquele professor da Lei da parábola? Os cristãos se julgam os escolhidos e os demais perdidos? Sentimo-nos superiores às pessoas de outras religiões: espíritas, \"Macumbeiros\" (termo que conota todo racismo à cultura afro), hindus, muçulmanos, budistas e cristãos de outras confissões? Julgamos os outros pela sua orientação sexual ou estilo de vida? Achamos que eles são incapazes de exercer amor, e ser o \"próximo\" para aqueles que sofrem?
A conversão ao evangelho é a transformação do desprezo em compaixão. Jesus exemplificou a profundeza da misericórdia. Mas o legado do cristianismo muitas vezes tem sido o contrário, rejeitando as pessoas que não se enquadraram em nossos padrões de crenças e comportamento. Somos chamados, acima de tudo, para exercermos misericórdia! Aqueles que julgamos como maus podem estar muito mais próximos do evangelho do que nós, com a nossa suposta bagagem superior de espiritualidade...
* Estadunidense, pastor e missionário aposentado da Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos
[Fonte: http://sementesbiblicas.blogspot.com]
Um abração , Inês.
\"De nada adianta ser um bom cristão e um cidadão desonesto. Posso ser um cristão batizado (e aqui não me refiro apenas aos católicos) e fazer coisas terríveis, como padre, pastor, agente de pastoral ou missionário. O exemplo disso está na parábola do samaritano justo.\"
parte do texto escrito por Prometeu acoreentado.
Concordo plenamente com tudo.
Estou achando execelente essas discursões de todos os participante. Quem sabe isso é o começo de uma grande mudança na \"igreja\" que pode passar 10, 20 ou 100 anos para acontecer, porém, partindo desde já.
É preciso realmente ser cristão autentico, cristão coerente com a origem do nome que vem de Cristo. Chega de hipocrisia, chega de fachada. Assim como temos que \"fiscalizar\" os policitos para não permitir a corrupção, temos também que fiscalizar os que se dizem cristão, inclusive padres e leigos que vivem dentro das igrejas.
Nós que vivemos lá dentro, até eu mesma, todos querendo ser santos, pregando uma coisa e vivendo outra, fazendo como diz o ditado: \"faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço\". É tempo de mudar. Nada de puritanismo. Nada de \"túmulos caiados\".
Começemos por nós mesmo, cada um por si, e a partir daí, quem sabe, começaremos a provocar mudança nos outros, assim como Jesus fazia. É preciso sermos cristãos como Jesus, no meio, vivendo e convivendo com todos, porém dando testemunho dos verdadeiros valores. Nada de puritanismo aparente. Nós estamos nas pastorais. Eu lhe conheço, você me aconhece, eu sei o que você é na \"igreja\" e o que você é fora dela. Então por que permanecer na dubiedade? Eu e você representamos muitos.
Um abraço a todos!
Espero continuar participando desse \"seminário\" pois quero ser instrumento nessa mudança que tantos desejam.
Maria Marta Pé no Chão.
Nascemos mergulhados e absorvidos por uma cultura. Não fazemos, a priori, escolhas. Dão-nos um nome e revestem-nos de muitas expectativas. De brinde, dão-nos uma crença, geralmente com os traços de quem dá.
Crescemos, crescemos e vamos aprendendo, a muito custo, a fazer as nossas escolhas. Nesse processo é comum abandonarmos velhos hábitos, velhas convicções, aquelas que nos haviam sido incutidas pelos que nos receberam ao nascermos. Nossa! Esse processo é bastante doloroso. Na maioria das vezes não somos compreendidos. Acusam-nos de ingratos, rebeldes, confusos, \"inquietos\", etc.etc.etc.
Nesse percurso delicado de construção da autonomia ideológica do ser, encontramos inúmeras pessoas e propostas com as quais nos encantamos e desencantamos com a mesma velocidade. Buscamos, avidamente, referenciais e quando os encontramos não demoramos a descobrir que eles não são tão perfeitos como imaginávamos, consequência: frustração, angústia, desencanto...
As religiões despontam, nessa busca incessante do ser, como uma grande luz, fonte de ideais e prospostas seguras que orientam a vida de cada ser. Existem religiões para todos os gostos, a oferta é vastíssima.
Fico assustado, porém, ao perceber que as religiões estão adoecendo as pessoas, ao invés de \"salvá-las\". Não defendo o fim das religiões, elas são importantes pois tentam \"religar\" os homens com algo (?) do qual eles sentem-se (existencialmente) apartados.
Contudo, a experiência religiosa, ao meu ver, especificamente a cristã - que é a que tento fazer - precisa ajudar o sujeito a compreender-se como um ser integrado, unitário. O que assistimos, todos os dias, é uma tendência esquizofrênica por parte dos cristãos. Como foi dito nesse espaço pela querida e bem vinda amiga Angelina, compreende-se que o cristão pode está aqui, mas não pode está acolá; pode ser advogado, mas não pode ser prefeito; pode tomar suco de manga, mas não pode tomar uma cerveja com os amigos; pode pular e tomar banho com a água benta do Pe. Marcelo, mas não pode dançar ao som de Flávio José, como gosta de fazer o nosso amigo Pe. Francisco. Enfim, estamos caindo na velha esquizofrenia farisáica, tão atacada por Jesus. Assim, entendemos porque as religiões estão adoecendo as pessoas.
Dessa forma, é preciso voltar às fontes sim, amiga e bem vinda Florência, mas voltar as fontes não significa voltar a uma prática cristã do passado, isso seria tão perturbador quanto a esquizofrenia, voltar às fontes significa encontrar ou descobrir os verdadeiros valores apresentados por Jesus de Nazaré como uma proposta integradora de vida para cada ser humano; significa aprender de Jesus o princípio hermenêutico do agir humano. Feito isso, saberemos ser cristãos \"na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê\".
Melhoranças a todos!
Reflitam sobre isso:
\"Sem dúvida o nosso tempo... prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é profana. E mais: a seus olhos o sagrado aumenta à medida que a verdade decresce e a ilusão cresce, a tal ponto que, para ele, o cúmulo da ilusão fica sendo o cúmulo do sagrado\" (FEUERBACH. Prefácio da segunda edição de A essência do cristianismo).
Olá!
Tenho acompanhado os diálogos feitos através desse mural de recados. Não pensava em comentar nada queria ficar apenas como ouvinte, mas o Senhor Prometeu disse algo que eu sempre questionei. Não acredito que precisemos de \" um novo jeito de ser cristão \" precisamos apenas voltar as raízes. Nos prendemos muito ao tradicionalismo religioso, devemos questionar, pois não somos robôs manipulados por uma sociedade ociosa. Se realmente somos cristãos devemos honrar esse nome que carregamos.
Não estou aqui só para discutir, pretendo aprender. Se eu estiver errada, ficarei muito feliz se alguém me corrigir.
Esse não é meu nome, mas gosto dele pelo que indica: Florência (florescer)e Jesus, todos já sabem.
Deus abençoe a todos.
Abraços!
Tenho acompanhado com satisfação os comentários dos nossos irmãos inquietos. Isso nos permite antever grandes avanços no campo da discussão doutrinária e pastoral envolvendo cristãos comprometidos com a causa do reino. Penso que o próximo passo é juntar todo mundo, presencialmente, em uma grande reuniões de “inconfidentes”, para discutir ações concretas. Abraço fraterno a todos os irmãos.
E, caro Prometeu, seja bem vindo ao nosso espaço de discussão virtual. Obrigado pelo seu comentário. Fico feliz também pela participação de Angelina, nossa conterrânea, hoje em João Pessoa. Forte abraço aos dois.
Em breve postarei meu comentário sobre os temas discutidos no mural. Até breve.
E a propósito, cadê nosso amigo Chico Padre que não se manifesta?