Quando escrevi o comentário na tarde de ontem, não imaginei jamais a reação que ele causaria nas pessoas. Simone, Sérgio Mota, gente nova no mural, externando com coragem suas opiniões. Isso é bom, muito bom. Chiquinho e Maria Marta, vocês não são “discípulos” coisa nenhuma – vocês são mestres, e dos bons. Quanto a ti, caríssima Maria Marta, chega de dizer que “um dia eu será uma inquieta”. Você é a própria expressão da inquietude, da coragem, da força feminina. Obrigado por suas lições.
De mim, irmãos, não esperem amenidades. Estou preparando novos embates, novas polêmicas. Não arredarei o pé do mural - provocando, instigando, azucrinando o juízo dos leitores - até que esse espaço se torne uma arena de pensadores, de gente disposta a desafiar o mundo com suas idéias, mas sobretudo, e como propuseram Simone e Maria Marta, dispostas a mudar o mundo, com gestos concretos e com amor sincero.
Aguardem.
Ass.: Nicó, baleado mas vivo...
\"...os inquietos são gente boa, mas há tantas verdades soltas pelo mundo a espera de quem a divulge.\"
Concordo plenamente com \"há tantas verdades soltas ... a espera de quem as divulgue\".
O meu maior drama de consciência é a omissão. Não consigo me perdoar pelas vezes que sou omissa.
No texto do amigo Melhorança ele nos relata a parábola do Filho Pródigo. E no final nos indaga:
\"Qual tem sido a face que nós temos apresentado?\"
São justamente as parabolas de Jesus que muitas vezes nos deixam confusos. Indecisos. Receiosos. Sem saber quando devemos ser misericordiosos ou \"justiçeiros\".
São tantos sujos falando dos mal lavados.
Será que deixamos de ter a face do Pai, quando divulgamos as verdades soltas que estão a espera de alguém que as divulgue?
Será que o mundo não está como está porque justamente deixamos de fazer a nossa parte, achando que não vai adiantar nanda? Ou vai ferir alguém? Será que sempre é preciso termos pena e medo de alguém ou alguma coisa?
E se o gupo dos inquietos crescesse, de pequeno grupo se tornasse um grande grupo, com bastante força para mudar alguma coisa na nossa Comunidade, na nossa sociedade, na nossa política..., na nossa cidade?
Se os inquietos fossem avante, sem medo e sem pena, com perseverança e firmeza de proposito? Isso teria a cara do Pai ou a cara do filho mais velho?
Pra mim, misericórdia é acolher, é perdoar, mas para acolher e perdoar é preciso que alguém se toque da besteira que fez, queira voltar, peça perdão e, principalmente, se esforce em não mais pecar.
E ai Melhorança, o que o amigo tão iluminado tem a nos dizer?
Avante, Inquietos! Um dia eu serei um de vocês. Estou me esforçando muito para conseguir.
Avante!
Como disse, puseram o velho Nicó contra a parede. Meu caro Chiquinho, gostaria de agradecer-lhe pelos comentários. Excelente, excelente. Mas acho importante em todo caso o que foi posto pelo amigo Nicodemos, afinal de contas, em certas ocasiões, é preciso pôr fogo no debate, a fim de provocar a participação dos demais. Como alguém afirmou antes, posso não concordar com o velho Nicó colocou, mas respeito seu \"ponto de vista\" (bom, segundo Chiquim, Nicó não emitiu ponto de vista algum, ficou em cima do muro, como gato. Que seja, então!). Inquietos, a discussão tornou-se de novo atraente. Avante.
E, Melhorança, esse silêncio, depois esse circunlóquio, o que está acontecendo contigo, meu velho? Freud saberia explicar tais comportamentos?
Caro Chiquinho, parabéns pelos comentários. Não vou retrucá-lo desta vez. Aliás, quem sou eu para refutar argumentos tão bem postos. Quanto a estar em cima do muro, essa é uma acusação terrível para um espírito \"inquieto\". Agradeço a censura. Preciso de um tempo agora para refletir. Abraços a todos e aguardem o próximo comentário, que virá em breve. Prometo.
Prezados amigos inquietos...
O circo, realmente pegou fogo com o “assunto do momento”. Considero de grande valia os comentários postados nesse mural. Todos, sem exceção. Concordo com o “Velho” Nicodemus, quando este fala que alguns patinaram na lama ao incluir seus comentários. Nada que interfira no engrandecer do debate – pelo contrário, ajuda e muito.
Dos comentários, o que mais me chamou a atenção foi o do Prometeu, quando ele prefere ficar com a opinião do Padre Marcelo Arruda Firmino Silveira. Pelo menos ele, Prometeu Acorrentado, emitiu uma opinião. O Nicodemus, falou muito bem. Pareceu um excelente advogado na tribuna, profundamente e legalmente embasado, mas, a meu ver, não emitiu a \"sua\" opinião sobre o assunto do momento. O Sinézio apresentou a belíssima parábola do Filho Pródigo, mas também não desceu do muro. Pelo menos, não encontrei nos seus comentários, a opinião pessoal firme que esperava (pode ser até que exista, mas não enxerguei). Aguardei ansiosamente as colocações, principalmente desses dois “amigos ocultos”, raízes fundamentais desse canal de debates. Como eles são verdadeiros teólogos, esperava mais... Não necessariamente mais caracteres digitados, talvez esperasse uma explanação mais esclarecedora. Afinal de contas, o Padre errou, ou o Arcebispo “tomou querosene”, como falou Mais um Indignado?
Abro aqui outro parêntese: O Deputado Luiz Couto, há alguns anos, em um jornal de circulação estadual, taxou a nossa querida cidade de Patos de “fábrica do crime”. Parece que ele gosta de convidar-nos, Patoenses, ao combate. Na época fiquei muito indignado com essa afirmação, afinal de contas, nasci e me criei em Patos e acho que como em toda cidade, existe o lado bom e o lado ruim. Só sei que eu, honestamente, não sou – pelo menos até o momento, nem tenho intenção de ser – integrante do “lado ruim”. Quando ele generalizou dessa forma, realmente virei uma fera e defendi perante todos os meus amigos, a cidade de Patos, como celeiro de gente honesta e trabalhadora. Afinal, conheço muita, muita gente mesmo, com essas qualidades. Tentei cobrar de políticos, através de telefonemas e contatos pessoais, uma posição firme na esfera que ele, político, se encaixasse. Recebi de volta o silêncio. Pensei comigo: poxa vida, voto em alguns candidatos, exerço o meu direito de exigir deles, pelo menos uma posição em defesa da minha cidade, e sou agraciado com a omissão, através de desculpas esfarrapadas. Que política é essa?
Nessa referida oportunidade, acho que o Deputado errou. Ele não deveria generalizar uma situação, em que sabidamente, existiam e existem pessoas comprometidas com a justiça. Se o crime impera absoluto em algumas situações, talvez seja porque eles, deputados federais, não encontram soluções, através de novas leis, que somente a eles cabe elaborá-las.
E nessa situação atual, o que dizer? Acho que quem errou dessa vez foi o Padre.
Dos assuntos que ele tratou (pelo menos de acordo com o que li aqui), realmente existe muita polêmica e trata-se de um verdadeiro campo minado. É preciso muito cuidado ao emitir uma opinião, principalmente, quando a instituição em que ele está inserido, é uma “nobiliarquia”.
Será que as posições do Padre Luiz Couto, em defesa desses temas, não atinge-nos, enquanto família cristã, um dos bens mais preciosos da humanidade? Será que não atinge o sacramento do matrimônio? E atingindo-os, não contradiz os ensinamentos de Cristo? (Agradeço as futuras respostas).
É lógico que, como em todo lugar, na Igreja Católica, também existem erros (pois os Bispos são seres humanos...). Que o diga o belíssimo artigo publicado aqui nesse site, intitulado “E Cristo chorou nos Jardins do Vaticano”.
Nossa condição de cristãos inquietos obriga-nos a lutar contra as injustiças, onde quer que elas estejam. É necessário que encontremos as verdadeiras falhas e reinvidiquemos, sem desanimar, as soluções que acharmos apropriadas. Por falar nisso, nós preenchemos pelo menos uma página, do formulário encontrado no link www.lei9840.org.br/formulario.pdf?
Mais uma vez, um forte abraço a todos, muita paz e continuemos “Avante! Sem medo e sem pena!”
Em tempo: Amigo Nicodemus, se por acaso considerar que minhas palavras foram, em algum momento “destituídas de um mínimo de razoabilidade e bom senso”, por favor, emita a sua opinião.
Chiquinho de Adelaide
Fiquei com os dedos coçando e resolvi dar a minha opinião sobre o tema da pauta que tem ocupado os nossos, tão queridos, companheiros de mural.
O capítulo 15, 11-32 do evangelho de Lucas nos revela, a meu ver, uma das mais espetaculares parábolas de Jesus. Nela, Jesus explicita, como em nenhum outro lugar, os traços característicos do rosto misericordioso do Pai. O texto nos fala de três personagens, dois irmãos e o velho pai. O mais novo dos irmãos, incitado pelas pulsões aventureiras que caracterizam cada ser humano – cada um de nós - pede ao pai que lhe entregue o que lhe cabe para que possa partir mundo afora curtindo a vida e experimentando os tantos prazeres. O pai respeita a sua escolha e permite sua partida, não, certamente, sem as advertências e exortações, que o evangelista intencionalmente omite. E ele parte. Diverte-se a beça na companhia dos amigos do seu dinheiro. Porém, o dinheiro não é ilimitado, acaba-se; e aí vem a desilusão, a consciência do equívoco, do erro, da falta. A miséria o obriga a cuidar de porcos para tentar, com a comida destes, saciar a fome - eis a imagem simbólica do pior estágio da indigência humana.
Decide voltar. Reluta, envergonha-se do que fez ao pai. Será aceito? Merece ser?
Volta!
Quer ser tratado ao menos como um empregado. Precisa dizer a frase mais consciente e verdadeira de toda sua vida: “Pai, pequei contra o céu e contra ti; já não digno de ser chamado teu filho”.
Volta!
O pai o avista ao longe, não o espera chegar, corre ao seu encontro ansioso por lhe devolver a dignidade. O filho precisa dizer “Pai, pequei contra o céu e...” o pai não faz caso da confissão, interrompe-a com a ordem dada aos empregados para prepararem a festa.
Mas há o outro filho. Exímio trabalhador, filho exemplar e fiel ao seu velho pai. Indigna-se ao saber que o seu irmão fanfarrão voltara e fora acolhido com festa pelo pai. O pai vai também ao seu encontro tentando fazê-lo ver a necessidade de alegrar-se e festejar a volta do irmão e convidando-o para entrar. “Era preciso festejar e alegrar-se, este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi reencontrado”. Com essa frase convite encerra-se a parábola. Não se sabe se o filho mais velho entrou ou não, se venceu o seu orgulho e arrogância.
Esta é a face do Pai apresentada em e por Jesus.
Qual tem sido a que nós temos apresentado?
Melhoranças a todos!
Parece que puseram o velho Nicó contra a parede. E aí, inquietos?
Eu gostei do que Nicodemos falou sobre ser mais responsável com nossas colocações. às vezes a gente fala de coisas sem antes investigar se está certo. Não é censura, é bom senso. A Igreja é uma instituição milenar, cheia de pecularidades. É preciso conhecer um pouco de sua história para poder falar com autoridade. Os críticos de plantão só sabem acusar e mais nada. Não acho que Dom Aldo esteja com a arazão, mas não se pode descer o nível, como alguns fizeram, inclusive nos jornais. Acho que Nicodemos colocou bem as coisas. PArabéns.
De tudo o que nicodemos falou, eu gostaria de destacar o seguinte: as palavras ficam, as ações permanecem. Tudo mundo está sujeito a equívocos, inclusive o próprio Nicodemos. Ele e os inquietos são gente boa, mas há tantas verdades soltas pelo mundo a espera de quem a divulge. Continuem assim, com a coragem de falar o que pensam, mas reflitam também sobre outras coisas, para não se tornarem chatos. A discussão é boa mas já deu o que tinha que dá, acreditem. E para os Nicodemos da vida, pessoas inteligentes escondidas por trás de pseudônimo, se juntem a outros e tornem o mundo um lugar melhor parta se viver. Acredito que vocês são capazes. Papo voces t~em, quero ver na prática. Boa tarde
Bem vindo de volta, Nicó. Como sempre prolixo, mas culto. Excelente reflexão.
E aí inquietos, vamos intensificar nossa participação. Sinézio, Jamarataia, cadê vocês seus cabras? Irmão Alegria, sumiu do mapa?
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