Percebo um grito silenciado, a muito custo, no peito sonhador do acorrentado.
Descobri, como se descobre um tesouro, que a força do grito não está no seu áudio, mas no seu sentido. Assim sendo, grita-se também em silêncio; sonha-se dormindo; reza-se cantado; peca-se rezando.
O que eu mais queria, Prometeu, era ter a certeza de que realmente estamos remando. E se estamos, em que direção? E se sabemos, com que intenção?
Marcha-se noite e dia sobre as pedras carcomidas do idiossincrático mundo dos atabalhoados sicofantas. Malditos, que gozam da desgraça alheia e não conseguem enxergar, na imundice do mal a lágrima cristalina da salvação.
De que vale, Prometeu, de que que vale-te??
Dos sonhos? Dos cânticos? Dos salmos apócrifos? Do vinho? Da cana?
De Deus? Dos teus?
Basta!! Por hoje.
Li com atenção a postagem feita por Marcela Marques, e fico imaginando a difícil situação de Seu Francisco, em terra estranha, sem documentos, sem casa nem memória. “Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?” Que segurança há nessa vida, Coélet? Sem mais, um abismo se abre a um passo de nós e tudo escapa, o passado, a memória, o eu. Vaidade de vaidades, tudo é vaidade debaixo do sol.
É por isso, minha casa Terezinha (e aqui me refiro à pessoa que me aparteou, às 08:52 horas da manhã desta quinta-feira, dia 02), não tente advinhar quem sou, não queira saber o verdadeiro sujeito por trás desse nome pernóstico e afetado, porque, no fundo, não vale a pena. Saiba apenas que apesar da admiração por Sofia, essa moça linda, de gestos finos e feições alvejadas, o que me move é o desejo de voltar a beijar os lábios voluptuosos, ardentes e brejeiros de Maria, morena a quem não se deveria amar jamais, porque de banzo já matou mais de mil (de noite, recitando Nélida Cuiñas Piñon, Maria costumava sussurrar ao meu ouvido “pecado é a tua boca, o teu sexo, o teu peito, os teus pêlos, a testa franzida quando vais gritar de gozo”). Portanto, dileta Terezinha, permita-me o anonimato, pois \"não há nenhum pecado se pecar em silêncio” (Molière, Tartufo, IV, 5). Deixe lá de curiosidades e permita que eu dê o tom da conversa, sem mais perguntas nem mea culpa, sem precisar rememorar os pecados, as maldades e traições, nem os ressentidos vexames amorosos de outrora. E que você me veja apenas no texto, com o nome pernóstico que escolhi.
Beijos. Até a próxima.
Segundo Leonardo Boff, o teólogo é um ser quase impossível. Isto porque ele levanta uma pretensão inaudita: de pensar a Ultima Realidade, Deus e tentar exprimi-la com palavras adequadas. Gostaria de partilhar com vocês esse texto maravilhoso, porque acredito que é sempre bom deixar-se aproximar de figuras esclarecidas como Leonardo Boff:
\"Sou velho, cristão, franciscano e teólogo. Que é um teólogo? É um ser quase impossível. Ele levanta uma pretensão inaudita: de pensar a Ultima Realidade, Deus e tentar exprimi-la ccm palavras adequadas. De saída se dá conta de que esta tarefa é impossível. Se mesmo assim tenta, suas palavras se parecem mais a mentiras que a verdades. Como expressar quem é por definição Inexprimível? Aquele que vem ante do antes e que existe previamente a qualquer palavra? Como não desiste, não lhe resta outra alternativa que voltar-se às criaturas, lidas a partir de Deus e iluminadas por Deus. Elas todas se fazem sacramentos de sua inefável realidade. Por isso toda teologia se vê obrigada a articular o discurso sobre Deus com o discurso sobre o mundo. Como diziam os antigos mestres: a teologia vem dotada de dois olhos (ante et retro occulata): um voltado para trás onde capta os sinais deixados por Deus na história, na vida dos povos, dos mestres, dos santos e santas e das Escrituras sagradas não só judaico-cristãs mas também das Escrituras sagradas dos povos. E outro voltado para frente, lendo os sinais dos tempos, as intimidações que nos vêm da realidade e que desafiam a nossa consciência. Combinando os dois olhares fazemos uma teologia fiel à tradição e ao mesmo tempo fiel à história atual. É antiga e moderna e sempre contemporânea.
Olhando com o olho da frente, a realidade sofredora, injusta e opressora da maioria de nossos irmãos e irmãs me senti, em consciência, obrigado a ser um teólogo da libertação. O gemido dos escravizados do Egito, o clamor dos exilados da Babilônia, de ontem e de sempre, as invectivas dos profetas, a prática de Jesus e dos Apóstolos nos forçam a nos engajarmos na libertação dos oprimidos, a partir de sua fé e de sua força histórica. Se não formos teólogos da libertação em nosso contexto, dificilmente, escaparemos da critica de cinismo e desumanidade. Na verdade nos colocaríamos fora da herança de Jesus que foi libertador não porque nós o dizemos mas porque os textos fundadores do Evangelho assim no-lo mostram. E a libertação tem que ser integral: não apenas libertar os seres humanos oprimidos, mas toda a comunidade de vida que geme e da Terra, nossa Casa Comum, devastada pela voracidade do produtivismo e do consumismo. Se não libertamos a Terra vãs serão todas as demais libertações que supõe como condição prévia, a Terra viva, saudável e íntegra. Nos últimos anos tenho me batido por esta causa verdadeiramente urgente: articular o grito dos pobres com o grito da Terra, grito por libertação.
Por ser teólogo da libertação, conheci tribulações, tive que me justificar diante das mais altas instancias doutrinarias da Igreja e sofri discriminações por parte de irmãos da fé até os dias de hoje. Mas este padecimento nada é em comparação com o que os pobres sofrem. É um privilégio poder participar, por um pouco, de sua paixão dolorosa.\"
fui indicado por toinho nascimento q tinha este site assecei e gostei muito tenho a desejar muito sucesso na vida de todos q fazem parte dessa comunidade abraço a todos
Boa noite, caros irmãos preciso encontrar a familia de um senhor cujo nome é Francisco Ferreira de Andrade, ele diz ser morador de Santa Luzia do Cariri, e está internado aqui em Brasilia, sem documentação, em estado delicado, digo a todos, que ele sempre comenta que trabalhou na construção da igreja do Padre Levi, e seus filhos são Priscila, Cicera e José, ele term seus momentos de esquecimento, e as vezes lucidez, por isso ele sempre pede para que procuremos os familiares dele, diz algo como rua do Bode, rua do sabugo, e mais nada, as vezes diz tambem que seu apelido é Piramba, algo nele incomparávêl, os dois dedos de ambas as mãos são colados. Por favor ajude-nos. ja foi feito exame de digitais nele, e não foi constatado nenhum resultado, obrigado fiquem com Deus
Minha cara Terezinha, dou-lhe uma dica de quem seja Sofia. Leia a obra de Jostein Gaarder. Procure no Google.
Gostei do \"Flertando com Sofia\".
Não sei quem é Sofia, mas tenho quase certeza que sei quem está \"flertando\" com ela.
Pelo conteudo da obra se conhece o autor.
Avante! Temos muito o que aprender com o mestre.
Chega de falar de morte! Já basta a TV cozinhando nossa paciência com notícias sobre o traspasse do tal Michael Joseph Jackson. Que coisa chata!! E agora, esses dois, Amigo de Deus e Bem Sirac, filosofando sobre “o sentido da morte”.
Sinceramente, acho uma bobagem vocês perderem tempo com esse tipo de discussão. Na verdade, acho meio louca essa estória de que “santo bom é santo morto”. Por exemplo, os “protomártires (ou primeiros mártires) do cristianismo”. A Igreja celebra hoje, 30 de junho, a memória desses cristãos, perseguidos por Nero após o incêndio de Roma. Para o papa Clemente, o sangue dos “protomártires” serviu para “sedimentar a gloriosa Igreja Católica Apostólica Romana”. Que coisa mais louca!
É preciso atinar bem para o que se discute aqui, ouviu bem, Ben Sirac? Logo você, autor de um dos livros inspirados da Bíblia! Se é pra falar de morte, não nos esqueçamos dos assassinatos em série cometidos por Hitler. Em 30 de junho de 1934, os Nazistas iniciaram uma campanha de eliminação de adversários políticos na Alemanha. Esse dia ficou conhecido como a “noite dos longos punhais”. Pelo menos 3 mil pessoas foram mortas, sobretudo dirigentes políticos e militares que se opunham ao Führer. A maioria das vítimas era de origem judaica. Infelizmente, ninguém deu muita atenção ao episódio, porque oito anos mais tarde, o jornal norte-americano “The New York Times” publicou uma notícia de que mais de 1 milhão de judeus haviam sido assassinados pelos nazistas, até aquele momento. Ao contrário dos “protomártires”, estas pessoas não foram canonizadas, nem seu sangue ajudou a “sedimentar a gloriosa Igreja” dos sucessores de Clemente.
Querem mais?
Também em 30 de junho, no ano de 1981, o Inquérito Policial Militar (IPM) das bombas do Riocentro foi concluído. Lembram do episódio? Dois meses antes, na véspera do dia 1º de maio, duas bombas explodiram no Riocentro, durante um show em homenagem ao Dia do Trabalhador. 18 mil jovens assistiam ao espetáculo. O primeiro artefato explodiu no pátio do estacionamento do Riocentro, no colo do sargento Guilherme Pereira do Rosário, que estava no banco do carona do Puma cinza metálico, dirigido pelo capitão o capitão Wilson Luiz Carlos Chaves Machado, chefe de Operações do Destacamento de Operações Internas (DOI), do 1º Exército. O sargento morreu na hora e o capitão ficou gravemente ferido. A segunda bomba, mais potente, explodiu 10 minutos depois na central de energia do Riocentro. Na época, a versão oficial do governo brasileiro dava conta de que os militares “teriam sido vítimas de uma armadilha ardilosamente colocada no carro do capitão\". Colocada por quem? Pelos adversários do regime militar iniciado em 1964? Ou pelo pessoal da “linha dura” do Exército, que queria um simples pretexto para emperrar a chamada \"distensão\", ou abertura política, imaginada pelo Presidente Geisel e o General Golbery? Eis a questão. Na verdade, o episódio no Riocentro foi o clímax de uma série de crimes ocorridos durante o processo de abertura política. Nas 40 semanas que antecederam as explosões 36 atentados foram perpetrados contra entidades civis e órgãos de imprensa que se opunham ao regime militar. Um ataques dos mais graves foi o que matou Lida Monteiro da Silva, secretária da presidência da Ordem dos Advogados do Brasil dio Rio, e mutilou José Ribamar de Freitas, funcionário da Câmara Municipal. Em 1999, após várias tentativas frustradas de desarquivamento do inquérito, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados conseguiu junto ao Ministério Público a reabertura das investigações. O novo laudo desmontou a versão inicial de que os militares estavam em uma “missão de rotina”, observando o show. Porém, em maio de 2000, o STM (Superior Tribunal Militar) novamente arquivou o processo, e o episódio continua impune.
Continuo? Acho que não.
Basta de padecimentos. Quero lembrar-lhes que, como hoje, também existiram outros “30 de junho” felizes. Dou-lhes um exemplo. Um não. Três. O primeiro, em 1963, quando o italiano Giovanni Battista Montini foi coroado o 262º chefe da Igreja Católica Romana, com o nome de Papa Paulo VI, um homem santo, de verdade. Depois, em 2002, data em que o Brasil sagrou-se campeão da 17ª Copa do Mundo, ao vencer a Alemanha por 2x0, no Estádio de Yokohama, no Japão. Por fim, em 1992, quando beijei Maria pela primeira vez, embora Maria seja agora passado.
Há infinitas razões exaltar a vida. Alegria! Por favor, festejemos a vida antes de tudo. Deixemos a morte de lado, por um instante. Avante. “Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens macias avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio” (Drumond)
\"Como seria importante para a fé dos católicos ... o martírio de um líder da Igreja\"
Caro Ben Sirac, será mesmo necessário que alguém morra para alimentar a fé das outras pessoas em Jesus Cristo? Tudo bem que o Mestre morreu por nós, mas isso não significa que devamos exigir um preço tão alto para nos mantermos fiéis a Cristo e sua Igreja. Além disso, acho que você deveria voltar sua atenção para a dramática situação dos religiosos jurados de morte na Amazônia. Há exatos quinze dias, o líder camponês Luiz Lopes Barros foi encontrado morto, no município de Conceição do Araguaia, com vários tiros à queima-roupa. A notícia foi divulgada neste site semana passada. Além de Luiz Lopes, várias outras pessoas foram assassinadas - ou martirizadas, como preferir - este ano, e muitas estão sob ameaça de morte. O Pará, onde a irmã Dorothy Stang foi assassinada em 2005, é o estado com maior número de ameaçados. Será que tanto \"martírio\" não basta? Será preciso exigir a morte do Papa ou de outro líder para… qual foi mesmo a expressão que você utilizou? Ah, lembrei… \"fortalecer muito a motivação para seguir em frente\"? A resposta só pode ser negativa. Por isso, acredito que há outras maneiras bem menos dramáticas de demonstrar nossa constância na fé. Satisfeito com a resposta, meu caro Ben Sirac?
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