Não sou dos mais indicados para considerar a \"pergunta\" de Chicó acerca da família de Adão, contudo, em nome da interação muralista vou arriscar qualquer coisa, esperando que alguém tarimbado no assunto possa corrigir-me em qualquer deslize.
Estimado propedêuta bíblico, os grandes relatos acerca das origens (relatos cosmogônicos) suscitados nas antigas culturas são sempre marcados por elementos mitológicos; em setratando dos relatos bíblicos, os estudosos preferem chamar de construções alegóricas - o que dá no mesmo. Assim sendo, quem iniciar uma leitura bíblica acreditando que vai encontrar um relato racional-científico vai sofrer a maior frustração literária da sua vida. Não parta, por favor, do pressuposto de que todas as personagens do Antigo Testamento existiram, a começar pelos \"nossos pais\" Adão e Eva. São figuras literárias (alegóricas) criadas pelos autores sagrados com o intuito de apresentar explicações possíveis (à época) para fenômenos e realidades vividas pelo povo. Assim sendo, amigo Chicó, continue sua busca, porém não espere dos inquietos, ou de qualquer iniciado nos estudos bíblicos, a sustentação de uma leitura literal dos textos sagrados - já passamos, ainda bem, dessa fase.
Abraço!
Um Prometeu desolado
Li o brilhante artigo de Sinézio a respeito da PRÁXIS. Gostei tanto que, depois de delibar suas deliciosas “migalhas reflexivas”, senti o desejo de partilhar com alguém as reflexões que o texto propunha ao leitor. Fui até a cozinha, onde Dona Socorro preparava o almoço.
- Dona Socorro, o que a senhora acha da práxis dos inquietos?
- Práquis o quê, dotô?
- Práxis, Dona Socorro. É o processo pelo qual uma teoria, lição ou habilidade é executada ou praticada, se convertendo em parte da experiência vivida.
- Dotô, pergunta pra dona patroa. Foi ela quem arrumou o escritório do dotô. Vai vê tá na estante, com os livros.
- O que é que está na estante, dona Socorro?
- Isso aí - a práquis - que o dotô disse.
- Dona Socorro a senhora é uma graça.
Eu sou Chicó!!! e gostaria de saber dos ``inquietos” de plantão se ele poderia tira minha duvida. Eu esta fazendo uma leitura na bíblia e quando eu cheguei na famia de adão eu fique enganchado,como é que o mundo tem tanto homem e moer se adão só tinha fio homem .
Eu sou Chicó confuso de dar nó...
Grandes coisas aprendemos com estes \"inquietos\", através de seus textos, metáforas. É isso aí inquietos, ler quem quer, e entende quem se esforça.
Eu sou Chicó!!!
eita chicão filho de zezão tu começou arrochando depois deu um sabão e agora homem tu tá babando tu tá se confiando no teu pai zesão né.
vou mandar essa do cego Aderaldo pra tú
“Só nos falta vê agora
Dá carrapato em farinha,
Cobra com bicho-de-pé,
Foice metida em bainha,
Caçote criá bigode,
Tarrafa feita sem linha.
Muito breve há de se vê
Pisá-se vento em pilão,
Botá freio em Caranguejo,
Fazê de gelo carvão,
Carregá água em balaio,
Burro subi em balão”.
Eu sou chicó
olá boa tarde! meu nome é chicó estou chegando para dar um nó num cabra chamado pedro que dizem que popeiro.
que esta se reunindo com os inquietos querendo mudar o universo pensando que o bicho fica perto.
ispi que eu vou mandar a primeira desse tá de Pedro.
\"Jesus e São Pedro iam caminhando, caminhando e, vez por outra, ouviam os lavradores reclamando da vida. Um lamentava não ter colhido nada porque choveu muito. Outro, mais adiante, reclamava da falta de chuva. São Pedro, como de costume, começou a questionar Jesus:
- Senhor, está tudo errado! Por que num lugar chove muito e noutro não chove quase nada? Se eu tomasse conta do tempo, ninguém nunca mais ia reclamar de nada.
Jesus o advertiu:
- Fica quieto, Pedro. Pra tudo há uma razão.
- Que nada, senhor! Deixa eu tomar conta do inverno, que ponho tudo em ordem.
- Vou deixar, Pedro, só pra você aprender a não brincar com as coisas da natureza.
E São Pedro saiu pelas roças consultando o povo. Uns pediam chuva; ele mandava. Outros pediam sol; ele mandava. Depois os que pediram sol, queriam chuva e os que pediram chuva, queriam sol. São Pedro atendia a todo mundo.
Passou o tempo e as roças começaram a produzir. Produziam tudo. Mas quando os roceiros foram colher, ficaram tristes: o milho, uma beleza na boneca, quando descascado, só tinha sabugo. O feijão só tinha vagem. O povo então se lembrou do velho que passou por lá indagando dos problemas da lavoura. E todo mundo se revoltou com São Pedro, que ficou apavorado e correu até onde estava Jesus, perguntando:
- Senhor, o que foi que aconteceu, se fiz tudo certo? Onde o sol era forte, fiz chover mais; onde a chuva era forte, fiz solar.
Jesus, com toda calma, perguntou:
- E o vento, Pedro? Você fez ventar nas plantações?
- Isso eu não fiz, pois não vi utilidade nenhuma.
-Está vendo, Pedro, como você não sabe de nada?! Mandou chuva e sol, mas esqueceu do vento. E é o vento que faz granar.”
Tão vendo como os inquietos são \"sabidos\".
Meu pai Zesão já dizia: a sabedoria é a amior riqueza. Vocês são demais, pena que não põem em prática ou em \"práxis\". (Cá pra nós, eu nem sequer conhecia essa palavra).
Continuem refletindo e cheguem a uma sábia conclusão.
Eu sou Chicão.
Em busca de uma práxis
Em colóquio com o meu irmão Nicodemos dividimos uma mesma preocupação que brotou a partir das provocações do nosso querido Chicão. O mesmo cobra dos inquietos uma prática. Mas, o que significa mesmo uma prática? Será um fazer coisas?? Com a sua cabeça inquieta, Nicó manifestava uma grande preocupação e, ao mesmo tempo, um desejo de que nós inquietos possamos discutir o tema com mais atenção. Isso tudo porque, segundo ele, corremos o risco de acharmos que o caminho que temos feito até então não tem sido frutuoso. É claro que comunguei da sua preocupação e endossei o propósito. Mas, aqui gostaria de lançar uma migalha reflexiva acerca da práxis. Apesar de alguns pensadores fazerem uma estreita relação entre prática e práxis, aprendi na filosofia maxista, sobretudo de Antonio Gramsci, que não são a mesma coisa. A práxis vai muito além de uma ação pontual, concreta, localizada no espaço e no tempo. A práxis diz respeito a uma humanização da ação, ela diz da essência existencial do sujeito que está no mundo como instrumento de sua transformação. Práxis supõe um comprometimento com uma causa, é algo afetivo e não simplesmente efetivo (como é a prática). Trata-se de um comportamento transformado em sentimento que não se desfaz com o fim do protesto em frente à prefeitura, mas que acompanha o sujeio onde quer que ela vá; é o seu guia na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê; na construção e reconstrução da existência humana. Inquietude toca a existência, a dimensão ôntica do sujeito. Então, inquietos, queiramos ser práxicos e não práticos.
Melhoranças!!
Recebi outro dia a amistosa visita de um velho amigo. Estudamos juntos na mesma turma, na época da Faculdade. Hoje ele é Professor de Língua Portuguesa, na rede estadual de ensino. Um herói à moda brasileira, vivendo uma situação comparada à de Sísifo, personagem da mitologia grega condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra até o topo de uma montanha, só para vê-la rolar para baixo novamente. Ele – o professor - já foi internado várias vezes nos últimos anos para tratamento de uma estafa profissional que lhe acompanha há anos. Por trás dos óculos de metal, enxerguei o rosto entristecido de um pai de família dedicado, com menos idade do que aparenta. A visita foi rápida. Meia hora de conversa. Na verdade, ele veio entregar o convite da formatura do filho. Outro herói. Um varão mal afeiçoado, de espinha na cara e óculos quadrados quase acima das sobrancelhas. Agradeci o presente. Concordamos em marcar outro encontro, mais demorado.
Mas antes de nos despedirmos, perguntei sua opinião a respeito do atual quadro da Educação na Paraíba (uma pergunta capciosa, admito). Qual não foi minha surpresa, ao vê-lo dar de ombros e mudar de assunto. Justo essa pessoa, que na época de faculdade era um militante incansável das causas sociais, ao estilo de meu amigo Josivan Antero. Pois, sim. Tergiversou. Saiu de tangente. Insisti. Para encurtar a prosa: consegui arrancar dele algumas conclusões. Meu velho amigo – um leitor aficionado de Jorge Amado e Gabriel García Márquez - confessou estar desiludido com os políticos e educadores, e demonstrou grande apreensão em relação ao futuro da juventude patoense. Álcool, drogas, assassinatos, desemprego, prostituição. O que antes se via apenas na tevê, em novelas, filmes e programas jornalísticos, está bem perto agora, nas escolas, nas praças e até no interior dos lares das espinharas. Uma tendência que se massifica a cada dia e atinge, sobretudo, os mais jovens, disse ele. “Alguma possibilidade de mudança?”, perguntei-lhe. “Sempre há, sempre há.” Parou a frase nesse ponto. Depois, retirou do cinto o molho de chaves, sorriu com os olhos, e em silêncio entrou em seu Fiat Uno 1999 cinza e partiu. Um Professor desiludido. Coisas do meu Brasil
Saiu no Jornal Panorama, da Rádio Panati AM/FM, que passageiros vindos das regiões sul e sudeste do país estão desembarcando no terminal rodoviário de Patos sem se submeterem a qualquer tipo de vigilância por parte das autoridades sanitárias do município. Segundo o noticiário, a falta de barreiras sanitárias contribui para o aumento do risco de propagação da Influenza “A H1N1”, a temível gripe suína, na região das espinharas.
Confesso que ao ouvir a notícia, senti – como diz Mino Carta, da Carta Capital – “um arrepio entre o fígado e a alma”. Liguei para um conhecido meu que é amigo de alguém que trabalha para uma pessoa ligada ao prefeito. Segundo essa fonte, a situação atual é a seguinte: oficialmente, a Secretaria Municipal de Saúde e seus órgãos de apoio - Coordenadoria de Educação em Saúde, Coordenadoria da Vigilância Ambiental, Coordenadoria da Vigilância Epidemiológica e Coordenadoria da Vigilância Sanitária - estão realizando seu trabalho de forma coordenada e segura. Extraoficialmente: nada foi feito.
- Jesus, Maria e José. Que será de nós!?