Como vcs entendem tão bem a palavra falam coisas aqui de alto conhecimento e usa uma história sem nenhum sentido ou historinhas... vão procurar o que fazer!!! bando de desocupados!!!
Terror é isso aqui, e nós já esperamos coisa pior até que Jesus tenha misericordia de Nós.
Aquela mulher só falou a verdade e vcs se escondem atrás de quem? dos adulteros gran finos, empresários, doutores, políticos e gente da imprensa que vivem de casos e o mundo inteiro abafa. Ou voces não são mesmos os adultéros de casos, ela saiu daqui porque realmente tem educação e respeita os sacerdotes, mas conhece todos vcs... vão orar a Deus.
Que BAIXARIA, QUE COISA FEIA, VCS TODOS SE DIZEM HOMENS DE DEUS, POIS O QUE VCS ESTÃO FAZENDO COM ESSA MULHER, NÃO É UMA FALTA DE RESPEITO AS DIFERENÇAS? ELA ESTÁ ERRADA EM PEDIR: RESPEITEM AS DIFERENÇAS DE DEUS. COMO SE DIZEM FILHOS DE DEUS, NEGANDO O PRÓPRIO NOME??? VCS SÃO LOBOS E URUBUS CARNICEIROS E NINGUÉM DEVE RESPEITO A NENHUM. NUNCA PENSEI QUE POR AQUI PASSASSE TANTA COISA RUIM, OU QUEM SABE NÃO É DAI MESMO.
Nicodemos, Jaramataia e tantos outros anônimos,
como é bom se deixar levar pela literatura dos sonhos, dos devaneios, dos pensamentos que nos deixam mansos, sentimentais.
Lendo Nicodemos, me senti querendo também ter um baú de lembraças. E à noite, antes de dormir, me vi refletindo sobre o bau das boas lembranças. E descobri, que eu também tenho um bau. Um bau imaginário. Um bau de tantas lembranças... E me deparei com a realidade, que estou vivendo. Ao invés de abrir o bau, rever as lembranças. Estou carregando comigo a \"caixa-prego\", que cada dia está mais cheia de aborrecimentos, de magoas, de ressentimentos, de rancores, de antipatias, de cobranças às pessoas, ... exigências, e de tantas outras coisas ruins que só nos levam ao desencanto.
Quem sabe, a partir de agora, eu mude o meu jeito de ser e de viver. Eu aceite mais as pessoas, assim como elas são.
Quem sabe, eu abra mais vezes o meu baú de lembranças.
è preciso que Nicodemos, Jaramataia, Pe. Jackson, ... escrevam mais, eles conseguem levar paz às pessoas com seus \"contos\".
Ficamos aguardando outros \"contos\".
A CARTA
“Penso que a hora chegou. Parto para o exílio. Deixo meu violão, as redes de pesca e os pés de arruda e alecrim”
A carta - curta assim - havia sido deixada sobre a mesa da sala. No envelope, a indicação: \"A quem interessar possa”. Li devagar cada frase. Depois pensei: e agora? O exílio é um lugar distante. Às vezes sem volta. Severino sabia disso. Se tudo ao redor era igual a ontem - o mundo, o peso, a cruz, as pessoas - partir pra quê? Severino, viver bastava. Ir pra onde?
Acontece que a vida urge para quem vive com olhos de amanhã. O estar aqui cansa. Logo logo o presentemente se torna um sapato apertado. Uma roupa velha surrada. E a felicidade, um oco.
Então “Ite in pace”, Severino. Que o teu caminhar nos inspire a seguir os sonhos que tornam plena a vida dos homens de fé. Bom exílio.
Caro Jaramataia,
nem todos os contos de sereias que nos seduzem são, necessariamente, contos “de sereias”. Se o forem, que se vão as sereias e fiquem os contos. Mas, nunca te esqueças que só foste seduzido porque te deixaste seduzir. E isto também é liberdade. Como pescador que sou, espero que um dia me contes deste porto. Do teu amigo, Felipe de Betsaida.
Um tanto quanto à distância acompanhei neste tão caro espaço \"devaneios tolos a torturarem\" os olhos inquietos dos nossos muralistas. Satisfeita a vazão do ensandecido inconsciente, eis que volta à arena os belos textos do nosso querido Nicodemos embriagado pelo delírio incessante dos seus sonhos e absorto pelas lembranças gratuitas de um tempo menos \"grave\".
Queria eu, Nicó, uma roda de amigos como a de que dispões. Já se foram os anos da minha livre liberdade; agora caminho pressuroso em busca do que restou de mim mesmo na esperança de que ainda haja tempo. O meu herdado baú foi violado qual caixa de Pandora e de dentro foram furtados os meus segredos de alquimista. Sonhei sonhos alheios; entreguei-me fácil qual um covarde medroso diante da luta; deixei-me guiar por contos sedutores de sereias...
Mas, não obstante as controvérsias, quero seguir postulando aquilo que é o norte de todos: encontrar um píer onde eu possa ancorar o meu velho e surrado barco.
Os dias frios e cinzentos teimam em ser tão curtos, declinam antes do esperado... Depois de vinte e cinco anos, nevou em Roma, na velha Roma, que é dita “eterna” porque, aqui, o tempo insiste em escorrer preguiçosamente entre os nossos dedos. Foi matéria de capa dos principais jornais. Brincaram nos terraços e ruas. Crianças de cinquenta anos deram asas à imaginação e moldaram bonecos de neve para serem dissolvidos por um lânguido e desbotado sol tão logo palidamente despontasse.
E eu, absorto, ocupando-me da xícara que girava entre os meus dedos sobre a mesa do pequeno refeitório, deparei-me, atônito, com o primeiro sinal da primavera: a amendoeira floriu. Por entre o vidro embaçado da janela, contemplei as primeiras flores, ainda tímidas, que começavam a brotar. “Eis que coisas novas estão surgindo. Acaso não as percebeis?”: bradava Isaías pelas ruas poeirentas de Jerusalém, séculos antes de Cristo.
Habituamo-nos com o praticamente eterno, familiarizamo-nos com o frio do inverno e quase não mais nos extasiamos com a primeira flor da primavera. As acanhadas flores da amendoeira quebraram meus paradigmas, que pareciam magrianamente imexíveis. Descobri que devo refazer-me.
Abandonei a xícara sem perceber, aproximei-me da janela e lembrei-me do velho Jeremias. Recordei-me que o nosso Deus também gosta de brincar com as palavras, em trocadilhos que só o amor conhece. “Que vês, Jeremias?” “Vejo um ramo de amendoeira” (shaqed), respondeu o profeta. E Deus: “Pois, eu estou vigiando (shoqed) para realizar a minha palavra”. Amendoeira sentinela, sempre à espreita, sempre alerta. E nós, pobres de nós... Embrutecemo-nos. Quanta dificuldade para ler os sinais dos tempos, os sinais de um Deus que continuamente quebra os nossos esquemas porque realiza coisas novas, que, não por acaso, já estão acontecendo. “Acaso não as percebeis?”
PS.: Is 43,19
Jr 1,11-12
Nicodemos,
Só você poderia colocar um pouco de azul neste mural.
Gosto demais dos seus \"contos\". Eles só nos levam a boas e \"saudosas\" lembranças.
Quem não tem um bau desses, mesmo que imaginários.
Escreva mais. Você faz um bem enorme a muitos leitores.
Enquanto a atenção dos nossos leitores parece estar voltada para debates pouco produtivos, acerca da higidez mental de quem se diz portadora de mensagens divinas, acho bom trazer à baila essa estória recheada de elementos ficcionais que conta um pouco da trajetória de um antigo baú que recebi de presente de aniversário quando eu tinha 9 anos.
O baú existiu de fato – se era de madeira ou não, não importa, nem sua forma. Nele guardei tudo aquilo que - segundo minha concepção na época - ia perdendo utilidade – livros, brinquedos, recortes e discos. O baú se perdeu. Os cupins deram conta dele. Mas boa parte dos objetos que ele guardou ainda existe. Como um sapato preto que meu pai me deu de presente. Acreditem, nunca calcei o tal sapato. O número era menor que o meu. Mas como o gesto paterno valeu mais que mil presentes, omiti dele essa informação e guardei o calçado como uma relíquia da minha adolescência. Guardo também um livro de capa amarelada e com dedicatória da professora Terezinha Virgínio, livro este que me iniciou no mundo da leitura – “Dom Casmurro”, do mestre insuperável Machado de Assis. Fico nesses dois tesouros para não enfadar o leitor. E aproveito para iniciar de uma vez o assunto da nossa conversa.
Quero destacar que o relato sobre o baú, embora verídico, encerra uma metáfora. O que importa mesmo é lembrar que todos nós – humanos – carregamos dentro de nós grandes baús de madeira. A mente e o coração são porões onde apinhamos emoções represadas, frustrações do passado, medos presentes, projetos para o amanhã etc. Importa saber o destino que damos a esse tesouro. Sepultá-los ou trazê-los à tona é uma escolha indelegável de cada pessoa, considerando sempre o que é melhor para nossa saúde mental e nosso equilíbrio emocional. Façamos uma faxina em nossa vida. Talvez seja conveniente abrirmos a tampa do baú a fim de arejar seu interior, permitindo que o vento e a claridade espantem a poeira e o mofo. O Vaticano II tentou fazer isso com a Igreja Católica. Fiz isso outro dia, em uma roda de amigos...
Eu olhava admirado para o embrulho sobre a mesa. De todos os presentes de aniversário aquele era sem dúvida o mais estranho. Era enorme. Parecia uma caixa, ou um baú de madeira, só que vazio. – “Servirá para você guardar seus pertences mais caros”, disse meu pai. Eu – ainda pequeno – assenti, mas no íntimo não conseguia imaginar grandes utilidades para um objeto como aquele. Durante muito tempo, o estranho presente permaneceu esquecido em um canto da casa. Vez ou outra eu o abria para guardar no seu oco pequenas coisas que iam perdendo valor afetivo.
E de fato, ao longo dos anos, muitas coisas foram sendo largadas no baú: os velhos brinquedos da infância, as figurinhas de heróis, os gibis, as roupas de pirata, os livros de ciência, os desenhos feitos a lápis de cera, a velha bola de couro, os soldadinhos de plástico; e mais tarde, na adolescência - os cadernos da escola, os tênis surrados, os joystick quebrados. Até os livros de Bertold Brech e os k-7 com as músicas de Legião Urbana e Zé Geraldo foram parar naquela selva desordenada de objetos.
Finalmente, chegou o dia em que resolvi jogar fora aquele intruso de madeira desenxabido e démodé. Havia nos fundos da nossa antiga casa na Rua Padre Anchieta um depósito e ali larguei literalmente a arca abarrotada de apetrechos e reminiscências de uma quadra importante da minha vida. O velho gigante havia cumprido sua missão. Ele ficou. Eu parti para a faculdade e, depois, para novos vôos.
Durante anos o baú permaneceu naquele pavimento apartado da residência, praticamente esquecido. Até o dia em que, remexendo as quinquilharias da velha casa abandonada, avistei-o soterrado sob mesas sem pernas, cadeiras quebradas, lustres enferrujados. O local continuava uma bagunça, mas lá estava ele, o antigo baú, como um sobrevivente, à minha espera – ou à espera de um fecho para sua existência solitária.
Depois de tanto anos afastados um do outro, resolvi que deveria levá-lo para minha nova morada – apesar dos reclamos da esposa -, onde, finalmente, ele poderia repousar em família.
Quanto ao seu conteúdo, continua trancado a chaves. Hoje, olho atento para aquele objeto que parece saber mais coisas a meu respeito do que eu mesmo. Indevassável e silencioso, ele guarda secretamente as lembranças que foram se acumulando ao longo dos anos. Soturno. Discreto. Como todo amigo leal.