Lv 19,1-2.17-18 / Salmo 103 / 1Cor 3,16-23 / Mt 5,38-48
Amados irmãos e irmãs, as leituras bíblicas de hoje nos dirigem uma urgente e solene convocação à santidade e à perfeição. Mas antes que alguém diga que isto é impossível a nós, permitam-me recorrer ao Evangelho segundo João 14,12, onde Jesus afirma: “Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço e fará maiores ainda”. Sim, é possível ser santo e perfeito como Jesus, basta que acreditemos nele e supliquemos a força necessária para isso.
Caros irmãos, não costumamos dizer que filho de peixe é peixinho? Ora, se somos filhos do Deus Santo, irmãos de Jesus que é Santo, se somos sua imagem e semelhança, a consequência mais lógica, mais natural, mais normal é que nós também sejamos santos! São Paulo também nos disse na segunda leitura que nós somos o santuário de Deus. Deus habita em nós. Carregamos em nosso interior o mais precioso tesouro que nos valoriza e, sobretudo, nos santifica.
A pessoa santa é a verdadeira pessoa normal, pois, vive conforme a sua natureza e vocação. Nós pecadores não. Somos todos anormais e todos nós precisamos de um tratamento para voltar à normalidade que é a santidade. E o tratamento que precisamos é o AMOR.
Amar como Jesus amou, amar como o Pai de Jesus amou! Isto é (prestem atenção no tratamento!), evitando o ódio, a violência, a vingança, corrigindo o irmão, amando o outro como a si, apresentando a outra face quando se é agredido e nunca pagando o mal com o mal. Recomendações semelhantes encontramos na 1ª Carta aos Coríntios, capítulo 13: “O amor é paciente, prestativo, não é invejoso, interesseiro nem inconveniente, não se mostra nem se envaidece, não se irrita nem guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas com a verdade. Tudo desculpa, crê, espera, suporta. Este amor (não tenham dúvida) jamais se acabará”, pois se trata do amor de Cristo.
Querido povo de Deus, nós nascemos para a santidade (1Ts 4,7) que é gerada em nós pelo amor. A lógica de Jesus e de todos os seus verdadeiros discípulos é a lógica do amor. Esta é a arma do cristão. Por isso o cristianismo não combina com a violência. Diante do inimigo, do injusto, do violento, do arrogante, dos anticristos, nossa resposta deve ser o amor e a oração. “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem” (Mt 5,44). Quem não faz isso precisa se arrepender e se confessar, porque esse mandamento de Jesus não é opcional. Ele não pergunta se é possível amar o inimigo. Ele diz que isso deve ser feito e pronto. É obrigação do cristão pagar o mal com o bem!!! O contrário é pecado gravíssimo!
Amar como Jesus amou. Conscientes de que ele nos ama gratuitamente, façamos o mesmo! Imitemos a paciência do Senhor que não nos trata como exigem nossas faltas (Sl 103,10). Imitemos o amor de Jesus que, do alto da cruz, diante de seus inimigos, rezou por eles: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Perdoemos a quem nos tem ofendido assim como Deus perdoa as nossas ofensas (Mt 6,12). Façamos no mundo uma revolução do amor, do perdão e da santidade.
“Quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará maiores ainda!” (Jo 14,12)
Marcador: Tempo Comum A
Padre Rodrigo Fernandes Trindade
(Diocese de Patos0