História

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DECRETO DE EREÇÃO DA PARÓQUIA

A Paróquia de Santo Antônio foi criada por meio do Decreto de Ereção, assinado por S. Excia. Revma., Sr. Bispo de Cajazeiras, D. Zacarias Rolim de Moura, registrado na Cúria Diocesana de Cajazeiras (Livro 1, Folhas 77ss), e datado de 13 de janeiro de 1956.

A Paróquia de Santo Antônio foi desmembrada da Paróquia de Nossa Senhora da Guia. A Igreja de Santo Antônio, ainda em construção, lhe foi designada por Igreja Matriz. O território da referida paróquia incluía as capelas – na época, distritos pertencentes ao Município de Patos – de Serra da Batalha, Salgadinho, Areia de Baraúna, Passagem, Quixaba, Cacimba de Areia e São José do Bonfim.

 O Decreto de Ereção assim descreve os seus limites:

“Os limites entre o território da Paróquia de Santo Antônio com a de Nossa Senhora da Guia são os seguintes: partindo da confluência da Rua Aristides Marques, lado poente, com Felizardo Leite, lado sul, seguir por esta artéria até encontrar a Rodovia Patos Piancó; continuar por esta mesma Rodovia, rumo poente, até encontrar o Riacho da Várzea de Jurema; descer por esse riacho, rumo ao sul, até a sua confluência com o rio da Cruz; subir pelo leito do mesmo até encontrar o município de Teixeira. Os limites entre as paróquias de Teixeira, Taperoá e Santa Luzia coincidem com os limites municipais até encontrar a Rodovia Patos – São Mamede, servindo esta mesma estrada de linha divisória até encontrar o Riacho Salgadinho, próximo à cidade de Patos, e descendo por este até o Rio Espinharas, tomar pelas ruas Deodoro da Fonseca e Capitão Ló, Praça João Pessoa, lado sul, excluindo-se a Igreja da Conceição; continuar pela Rua Coronel Antônio Pessoa, lado sul, até encontrar a Rua Aristides Marques, lado poente, e por esta rua voltar até o ponto inicial donde se partiu”.

 

CURIOSIDADES DA IGREJA DE SANTO ANTÔNIO

1. Mariana Alves de Oliveira, mãe do Pe. Levi, doadora do terreno para a construção da Igreja, fez uma promessa para que fosse erguida a Igreja em honra de Santa Quitéria.

2. Dom Zacarias Rolim de Moura, Bispo da Diocese de Cajazeiras, preferiu dedicar a Igreja a Santo Antônio por ser mais conhecido que Santa Quitéria. Dona Mariana aceitou a proposta, desde que a santa de sua devoção ficasse no altar, e que a imagem dela fosse do mesmo tamanho que a de Santo Antônio.

3. As imagens de Santo Antônio e de Santa Quitéria foram doadas por Janduí Carneiro, Rui Carneiro e Bivar Olintho.

4. O Pe. Levi fez a doação dos 33 anjos com lâmpadas, os vitrais, a cobertura de madeirite e alumínio e as roseiras, trazidas de São Paulo.

5. Os azulejos da Igreja de Santo Antônio custaram vinte mil contos de réis.

6. No tempo de Pe. Levi Rodrigues, foram padres cooperadores da Paróquia de Santo Antônio: Frei Cirilo, Pe. Dionísio Chacon e Pe. Carlos Marques Vieira.

7. Pe. Manoel Dutra foi Vigário Cooperador da Igreja de Santo Antônio no período de Pe. Noronha.

8. Vigários Paroquiais no período de Pe. Elias foram: Pe. Paulo Jackson, Pe. João Batista de Andrade Filho, Pe. Melchisedech de Oliveira Neto e Pe. Maurício Sandro de Lima Mota.

9. No período do Pe. Paulo Jackson, foram Vigários Paroquiais: Pe. Severino de Alencar Leite, Pe. José Rodrigues dos Santos, Pe. José Edson Alexandre Ferreira e Pe. Gildomar Candeia de Sousa. Atualmente, o Vigário Paroquial é Pe. Erivaldo Alves Ferreira.

10. Havia um informativo mensal na Paróquia de Santo Antônio já em 1959. Chamava-se “A VOZ DA PARÓQUIA”. Assim informa o jornal de março de 1959: “No dia 7 deste mês de março, foi nomeado o primeiro bispo da diocese de Patos, D. Expedito Eduardo de Oliveira. Sua Excia. Revma. nasceu em Fortaleza (Ceará) em janeiro de 1910; foi ordenado sacerdote em novembro de 1933 e foi sagrado bispo em dezembro de 1953. A Diocese de Patos sente-se honrada pela transferência de D. Expedito, de Fortaleza, para ocupar o cargo de seu primeiro bispo. A posse do Bispo será uma das maiores solenidades religiosas de Patos. Todos já se interessam por este grande movimento. Chamamos a atenção dos paroquianos de Santo Antônio, para uma ascensão espiritual e uma cooperação nas festividades por esse máximo acontecimento em nossa terra: a presença de um verdadeiro pastor de almas”.

11. A programação da Festa de Santo Antônio foi anunciada na VOZ DA PARÓQUIA de junho de 1959. Eis os noitários do dia 27: José Cavalcante, Bivar Olintho, Dr. José Gaioso, Pedro Crispim, João Dino, Semião Gentil, Antônio Davi, Dilton Rodrigues, Ramiro Gondim, Abdias Guedes, Joaquim Leitão e Francisco Macarrão.

12. Primeiro, segundo e terceiro sacristão da Igreja de Santo Antônio: Sr. Miguel, Sr. Pedro e Eduardo, respectivamente.

13. Dona Maria das Neves era coordenadora da LEGIÃO DE MARIA. Na última missão de Frei Damião, na Paróquia de Santo Antônio, no período de Pe. Noronha, Dona Maria das Neves estava brigada com o padre. Durante o sermão, Frei Damião recriminou esta atitude sem ninguém ter comentado o fato com ele.

14. O Pe. João Saturnino chamava: “As ‘véias’ do Apostolado”.

15. A “Renovação Carismática” surgiu no período de Pe. Elias.

16. O Conselho Administrativo e a equipe de Liturgia foram criados no período do Pe. Espedito.

17. O piso e o altar da Igreja foram construídos no período de Pe. Noronha. O piso foi uma doação de Francisco Juvino, Chico Cirilo e Vicente Campos.

18. A festa de Santo Antônio teve início com Pe. Levi e era realizada na rua do Prado e na rua 18 do forte.

19. No período de Pe. Noronha, o Coral da Igreja era formado pelos seguintes nomes: Lula Fragoso, Agnaldo e Antônio de Pádua, Luzia, dos Anjos, Elvira, etc.

20. A casa paroquial e as grades nas laterais da Igreja de Santo Antônio foram construídas no período de Pe. Valdomiro.

21. Pe. Elias criou a maioria das pastorais da paróquia e implantou o Encontro de Casais com Cristo.

 

VIDA PASTORAL: UMA CAMINHA DE COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO

A Paróquia de Santo Antônio está situada em uma área propícia para atuação pastoral. Dividida em comunidades, conta cada uma delas com número significativo de agentes, distribuídos em movimentos e grupos diversos, que atuam em diferentes setores da vida comunitária, tanto no campo da evangelização, da liturgia, como na implementação de projetos orientados para a promoção humana.

Tamanha fecundidade pastoral fez com que a Paróquia alcançasse nos últimos tempos merecido destaque na diocese, sobressaindo-se como exemplo de organização e dinamismo.

Tal proeminência, porém, é fruto de um trabalho lento e obstinado de muitas pessoas, e cujo gérmen remonta aos primeiros anos da década de oitenta. No período em questão, alentados pelo espírito renovador originário do Concílio Vaticano II, fiéis e clérigos ensaiaram os primeiros passos na formação de uma consciência genuinamente pastoral.

 

Os primeiros anos

Até os primórdios da década de oitenta, a visão do clero, no geral, em relação ao papel do leigo na Igreja e no mundo, era diferente da que se costuma ter nos dias atuais.

Mulheres, jovens e adolescentes não ocupavam papéis importantes na ação litúrgica da época. A distribuição da comunhão eucarística por leigos era reservada aos homens. Nem mesmo no ofertório era dado às mulheres algum lugar de destaque. Algumas se ocupavam apenas de aulas de catecismo para crianças; outras, da visita aos doentes; outras, ainda, do trabalho de ornamentação do altar. 

Não havia, nessa época, uma ação pastoral genuína, tal como é conhecida hoje, ou seja, a resposta específica e consciente dos fiéis às necessidades da comunidade, manifestada por meio de uma ação planejada e organizada em campos diversos, cada um com agentes próprios, atuando em comum para missão evangelizadora da Igreja.

Existiam, sim, grupos de pessoas da confiança do padre, em número mais ou menos limitado, que desempenhavam as principais atividades na paróquia.

Isto, é claro, era um empecilho para o desenvolvimento pastoral, porque tudo tinha que passar pelo padre. Nada fugia dos seus domínios, só se agia de acordo com sua concepção. Em suma, a estrutura paroquial era fechada, sacramentalista, verticalista e, sob certa medida, excludente.

Daí porque, sem espaço, a participação dos leigos limitava-se ao aspecto puramente litúrgico-sacramental. Assim, como é fácil perceber, não havia sinais claros de ação pastoral, mas iniciativas isoladas do sacerdote, de alcance restrito.

 

Primeiros sinais de renovação da Ação Pastoral

O período que se seguiu à fase anteriormente descrita pode ser identificado como o do surgimento de alguns sinais de renovação da ação pastoral na vida paroquial de Santo Antônio.

Lógico, também aqui ainda não se falava em “Pastoral”, expressão cujo uso é bem recente, mas alguns movimentos já se esboçavam na linha de uma ação mais organizada e segura.

Um nome se destaca nessa quadra: Pe. Valdomiro. Foi ele o incentivador de ações que, paulatinamente, mudaram os hábitos da paróquia e prepararam o caminho para as grandes transformações havidas mais tarde.

Grande mérito seu foi reunir em torno de si fiéis e dedicados colaboradores que o auxiliaram na implantação de importantes projetos, cujos frutos ainda hoje são vistos.

Abaixo, alguns ensaios de ação pastoral, nessa época:

Catequese - Era ministrada pelas Irmãs Josefinas, que moravam no antigo Colégio Cônego Machado, hoje Centro de Treinamento de Lideranças. Davam aulas de catecismo para as crianças. Estes foram os primeiros passos para uma ação concreta e de sinais visíveis de pastoral. Hoje ainda temos bons frutos engajados na Igreja e até vocacionados que foram evangelizados nesse período.

Liturgia - Através da formação de um coral, as celebrações ficaram mais dinâmicas e participativas. E muitos jovens se interessavam para participar desse coral e até das leituras na missa. Muitas pessoas deram uma colaboração concreta através do canto e da música para evangelização nessa época.

Apostolado da Oração e Legião de Maria  - Trabalho muito bonito era desenvolvido pelo Apostolado da Oração e pela Legião de Maria, com suas reuniões mensais, as adorações ao Santíssimo Sacramento, a novena perpétua, entre outros. Além desse zelo que elas tinham pelo sagrado, ainda cuidavam da limpeza e arrumação da igreja, por isso eram chamadas “as zeladoras”. De suas orações surgiram muitas vocações religiosas e até sacerdotais.

As Cruzadinhas - Formadas por grupos de crianças: era um trabalho muito eficaz para a catequese e evangelização dos mais moços.

As festas de padroeiro - Com seus leilões, suas barracas, suas bonecas, os tradicionais cordões AZUL e ENCARNADO, faziam a parte social da festa e garantiam a manutenção da Igreja, além de contribuir para confraternização da comunidade, proporcionando mais aproximação (entrosamento) entre os fiéis paroquianos. Muitas pessoas se envolviam nessa festa e davam tudo de si para levar adiante a ação social da Igreja.

Círculos bíblicos - Começou aí a primeira jornada de pessoas dispostas a sair de seu comodismo, do seu cotidiano e partir em busca do outro, trazendo-o para a Igreja e mostrando através do Evangelho o verdadeiro sentido de ser comunidade cristã. Foram esses grupos que, saindo para os lugares mais distantes da paróquia em busca de ovelhas afastadas, plantaram as sementes de novas comunidades na paróquia.

Em seguida chega o Padre João Saturnino. Jovem e com idéias renovadoras, começava a modificar o rosto da paróquia. De uma comunidade fechada, passa a ser agora aberta ao novo, principalmente na área social. Além de dar continuidade ao que se tinha implantado, ele incentivou com mais ardor as pastorais social, juventude, criança, adolescente, menor e vocacional, pois era também reitor do Seminário Menor. Foi uma época de muita graça e muita renovação. Muitos jovens se engajaram na vida paroquial, assumindo diversas tarefas e ajudando a rejuvenescer o rosto da paróquia. Foi o primeiro a incentivar o dízimo, não ainda sob o aspecto de pastoral, mas como sócios cooperadores.

A liturgia ganha seu espaço

Em seguida veio Padre Espedito Caetano, também jovem e com muita vontade de mudança. Tornou a Igreja mais participativa, pois com sua formação litúrgica deu um rosto mais alegre à paróquia, tornando as celebrações mais dinâmicas e orantes. Foi o grande momento da pastoral litúrgica, com equipes bem preparadas e com formações em Natal, Recife e Fortaleza. Renovou a pastoral do batismo, da família, da esperança, da juventude, social, e deu um impulso maior ao dízimo, iniciado por seu predecessor Padre João Saturnino. Ainda com o nome de sócios cooperadores, agora melhor organizado, adotou-se o sistema de recolhimento através de carnês. Para a formação de todas essas pastorais, foi essencial a presença do Cursilho de Cristandade, fornecendo pessoas capacitadas e dedicadas ao serviço do Reino.

Estruturação Pastoral

Dom Gerardo nomeou Pe. Elias Administrador Paroquial, ainda como diácono. A partir daí, a paróquia experimentou forte crescimento pastoral. Ele passou a conhecer a paróquia por dentro. Em pouco tempo, conhecia como poucos a realidade da paróquia, suas necessidades, suas dificuldades... Com uma visão pastoral bem definida, seu primeiro objetivo, como Administrador Paroquial, foi ampliar o Conselho Pastoral Paroquial, convocando uma reunião com todos os agentes das diversas comunidades a fim de conhecer as pastorais já existentes, e a partir daí definir um plano pastoral que abrangesse todos os organismos da paróquia, visto que, com a implantação do Encontro de Casais com Cristo, muitas pessoas se dispunham ao serviço da Igreja, havendo necessidade de acolher bem esses fiéis.

A seguir, um rápido esboço da ação pastoral nesse período:

Pastoral de Formação - Visando oferecer oportunidades aos agentes para um básico conhecimento bíblico-catequético, litúrgico e pastoral, formou-se uma equipe paroquial que iniciou esse trabalho nos idos de 1993, com participação em cursos em Fortaleza, Natal e Recife. Promoveu a realização de eventos importantes, que movimentaram a paróquia, como a Escola da Fé, Encontros de Formação para Pais e Padrinhos, Escola Bíblica, Escola Litúrgica, Círculos Bíblicos, Cursos e Encontros de capacitação para agentes pastorais, entre outros.

Pastoral Litúrgica - Foi feita uma grande convocação para o I Encontro de Formação Litúrgica, nesse período, com a participação de todas as comunidades da paróquia. Nesse Encontro, foram formadas as equipes de liturgia e celebração de todas as comunidades, além de oferecer cursos de salmista, leitor, animador, cantor e instrumentista. Representou um grande avanço para o desenvolvimento litúrgico da paróquia. Ademais, foi incluído nas missas um novo estilo de celebrar a eucaristia, com danças, símbolos, músicas regionais, etc.

Pastoral do Batismo - Houve a ampliação da equipe, com o ingresso de casais oriundos do ECC. Aprimorou-se também a metodologia do curso de formação para pais e padrinhos, com palestras mais dinâmicas e participativas. Foram criadas as equipe de acolhimento, celebração, recepção, ornamentação, secretaria e palestras para os cursos de formação de pais e padrinhos e para celebração do sacramento do batismo. elaborou-se um livro com indicações de canto e roteiro celebrativo. Também foi criada uma equipe de visitação, responsável pela visita às famílias dos batizados quando estes completavam um ano de batismo. Foi um tempo de amadurecimento pessoal para os membros da pastoral, pois a visita às famílias das crianças que foram batizadas era um momento de se tomar conhecimento dos problemas, das dificuldades, das alegrias, dos sonhos, de fatos trágicos ocorridos com as mesmas ou seus parentes... 
 
Pastoral dos Noivos - Era responsável pela realização de encontros no segundo domingo de cada mês, no Centro de Treinamento, animados por palestras, momentos de espiritualidade, lazer, finalizando com a celebração eucarística na Igreja Matriz. Também formada por casais oriundos do ECC, essa equipe tinha como objetivo preparar noivos para formação de uma família, para uma vida partilhada e dialogada. Nesse período, foi instituído o casamento comunitário, que ainda hoje é realizado aos sábados, às 18 horas, na Igreja de Santo Antônio. Foi elaborado um livro com o roteiro celebrativo, ainda utilizado nos dias de hoje pelas equipes de celebração do matrimônio.

Pastoral da Criança - Esta pastoral tinha o objetivo primeiro de acompanhar a criança, a gestante, o aleitamento materno, o peso e a desnutrição infantil. Ajudou também a catequizar as famílias, com palestras e momentos de espiritualidade, levando-as a vivenciar com maior profundidade os tempos fortes da Igreja. Promoveu encontros, procurou conscientizar as mães para o cuidado com a higiene familiar. Hoje, é um dos pontos altos da vida paroquial, pois com sua organização e metodologia, além do cuidado e zelo pelas crianças e seus parentes, tem ajudado a salvar muitas vidas ameaçadas pela falta de informação e a miséria, contribuindo também para a estruturação familiar de muitos casais.

Pastoral Catequética - Responsável por desenvolver o trabalho de Iniciação, Primeira Eucaristia e Perseverança, dando continuidade às iniciativas já existentes. Neste período, com um número maior de catequistas, que se reuniam mensalmente para avaliação e planejamento das atividades próprias, preparam o adolescente para a vida sacramental e de maturação da fé, ajudando-o ainda a discernir a sua vocação e a assumir outras tarefas pastorais.

Pastoral Social - Atuando diretamente nas comunidades carentes, como rua do Meio, Rua da Baixa, Vila Teimosa, buscou realizar projetos orientados para a promoção humana. Juntamente com a Pastoral da Criança, ajudou a salvar a vida de muitas pessoas, entre elas jovens e crianças, submetidas a situações desumanas de violência e abandono. Desenvolveu com sucesso muitos projetos de alcance social, atendendo às necessidades de muitas famílias. Hoje, merece destaque o trabalho desenvolvido pela Escola de Música, Reforço Escolar e Corte e Costura. Centrou suas atividades na rua do Meio, contribuindo decisivamente, através de campanhas de arrecadação de fundos, para a construção do Salão da Capela de São José naquela comunidade. Atualmente, esta pastoral é denominada Pastoral do Menor.

Pastoral da Juventude - Teve nessa época forte papel na evangelização dos jovens da paróquia. Foi formado um núcleo composto por um casal e quatro seminaristas, para o acompanhamento e formação da juventude local. Nos idos de 1996, foi realizado um grande encontro com dezenas de jovens, alguns já engajados na comunidade, além de outros, sem participação em movimentos ou pastorais. Outro evento marcante foi a realização de uma celebração na festa de Corpus Christi, na Rua do Meio, com a grande participação dos jovens daquela localidade, muitos dos quais iniciaram a partir daí sua caminhada pastoral. Apesar das dificuldades naturais do serviço, a Pastoral, nesse período, rendeu bons frutos para a evangelização dos jovens, graças a uma preparação sólida e atuação firme dos seus líderes.

Apostolado da Oração e Legião de Maria - Além do trabalho e da dedicação e zelo pela Igreja, essas incansáveis senhoras e senhores, muitos na maturidade dos anos, continuam, desde a fundação da paróquia, dedicando-se de corpo e alma para dimensão orante da Igreja. Divididos em grupos de oração, desenvolvem um trabalho exemplar de evangelização, com adoração ao Santíssimo Sacramento, oráculo nas casas, rezas do terço, preparação de casais amasiados para o sacramento do matrimônio e preparação para o batismo de adultos.

Círculos Bíblicos - No início, o trabalho era desenvolvido nas comunidades, através de grupos de oração como Encontro com Deus, Jesus de Nazaré e Amor ao Próximo. Com o incentivo de Pe. Elias, esses grupos ficaram ainda mais consistentes e foram divididos em pequenos grupos para atuarem em todas as ruas da paróquia. Foram eleitos, nessa época, vários coordenadores, que auxiliavam as famílias na celebração das novenas do Natal, mês mariano e mês da Bíblia. Os círculos bíblicos serviram de impulso para a evangelização de muitas famílias católicas afastadas.

Pastoral do Dízimo - A organização do Dízimo teve seu inicio ainda com Pe. João Saturnino, foi aprimorado por Pe. Espedito Caetano para atender às dificuldades e necessidades administrativas da paróquia. Contudo, com Pe. Elias, essa pastoral tomou uma dimensão mais forte, visto que todas as taxas (para celebração do matrimônio, batismo e outras) tinham sido abolidas por uma decisão diocesana. Agora, mais do que nunca, precisava-se organizar a pastoral para suprir essas necessidades. Foi feito um grande mutirão com outras pastorais para saírem de casa em casa distribuindo “fichas de adesão” entre as famílias visitadas, divulgando a necessidade do dízimo, como forma bíblica de devolver a Deus, por meio da comunidade, aquilo que a Ele pertence. Graças a esse trabalho, um grande número de fiéis aderiu ao dízimo, sendo hoje a paróquia com maior consciência dizimal da diocese.

Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística e Pastoral da Esperança - Receberam formação litúrgica para atuação nas celebrações eucarísticas, auxiliando os sacerdotes nos serviços próprios do altar. Passados dois anos, os ministros extraordinários da comunhão eucarística  (MECEs)  assumiam outra tarefa, agora como membros da Pastoral da Esperança, atendendo diretamente aos enfermos e seus sofrimentos, levando a Santa Eucaristia, em casa, aos enfermos impossibilitados de irem à Igreja, socorrendo esses irmãos sofridos com as esperanças frutuosas da eucaristia. Além do mais, os ministros da Pastoral da Esperança iniciaram o belíssimo trabalho de realizar as Exéquias na ausência do sacerdote.

Encontro de Casais com Cristo (ECC) - Implantado na paróquia no ano de 1994, foi o grande fomentador do engajamento pastoral nos últimos anos. Seu objetivo é evangelizar casais e engajá-los nas pastorais e serviços. Foi idealizado pelo Pe. Alfonso Pastore, na década de 70, para ser desenvolvido em três etapas distintas, indispensáveis, inter-relacionadas entre si, cada uma com características próprias. A 1ª Etapa, o Encontro, evangelizador e missionário: é o despertar, é o chamamento aos casais afastados da Igreja. A 2ª Etapa, o Reencontro, catequético: é o aprofundamento, uma proposta de compromisso, usa a reflexão e é para os casais engajados ou que desejam se engajar. Já a 3ª Etapa, o Compromisso, transformador: é para os que buscam mudar as estruturas injustas de nossa sociedade, é um compromisso com o ser humano e com a justiça social.

Renovação Carismática Católica - Com sua maneira renovada de evangelizar conquistou espaço na paróquia e foi de grande auxílio para evangelização das massas, levando um novo ardor missionário aos fiéis. Ajudou a redescobrir o rosto alegre da vida eclesial, além de ter favorecido bastante o amor pela Sagrada Escritura e pela oração, especialmente de louvor.

Reestruturação da organização pastoral - Na Assembléia Paroquial de 1998 foi sugerido o agrupamento das pastorais em setores, a saber:

  • Setor Dízimo e Oferta (Pastoral do Dízimo)
  • Setor de Formação Permanente dos Leigos
  • Setor Social (Pastorais da Criança e do Menor).
  • Setor da Missão (Pastorais da Missão, Infância e Adolescência Missionária).
  • Setor Ecumênico  (Comissão do Diálogo).
  • Setor da Juventude (Pastorais da Juventude, Vocacional e Crismal).
  • Setor da Liturgia (Equipes de Celebração)
  • Setor da Comunicação (Pastoral da Comunicação)
  • Setor dos Ministérios e Serviços (MECEs, Acólitos, Ornamentação, Limpeza, Objetos Sagrados, Instrumentistas e Sonoplastas)
  • Setor da Família (Encontro de Casais com Cristo, Celebração Matrimonial, Curso de Noivos, Missão Família).
  • Setor de Catequese (Catequese de Iniciação, Primeira Eucaristia e Pastoral do Batismo)

Essa estrutura pastoral foi a grande contribuição deixada por Pe. Elias Ramalho ao longo de noves anos como Administrador Paroquial de Santo Antônio. Também merece destaque o trabalho de construção das capelas de Nossa Senhora Aparecida e São José, e início da construção da capela de São Francisco.

Novo impulso litúrgico

Um novo impulso litúrgico marcou a passagem de Pe. Josenildo por esta paróquia. Este estudou no Seminário Menor, na paróquia de Santo Antônio, onde fez grandes amizades. Foi ordenado presbítero na Diocese de Afogados da Ingazeira, PE. Com a saída de Pe. Elias, aceitou o convite de Dom Gerardo e tornou-se administrador paroquial de Santo Antônio. Teve uma participação essencial na Pastoral Litúrgica e na do Batismo, além de dar seguimento ao trabalho já realizado por seu predecessor nas demais pastorais. Renovou o Setor de Liturgia, oferecendo cursos de formação para os agentes engajados nessa área. Reestruturou as equipes de liturgia e celebração, inovando o jeito de celebrar na paróquia, com cantos e refrões de sua autoria. Na Pastoral do Batismo, formou a equipe de celebração, elaborou um livro de cantos que ainda hoje é utilizado pelos agentes pastorais, possibilitando aos fiéis uma participação mais ativa na celebração do sacramento do Batismo. Nas festas de padroeiro, criou o chamado Bolo da Graça, dando mais espiritualidade aos momentos de confraternização e lazer. Permaneceu menos de um ano à frente dos destinos da paróquia, uma vez que foi convocado pelo novo bispo da Diocese de Afogados para retornar à sua diocese.

Zelo administrativo e empenho profético

Em substituição a Pe. Josenildo, chega à paróquia de Santo Antônio o jovem Pe. Paulo Jackson. Este deu continuidade ao trabalho dos párocos que o precederam, imprimindo, porém, um jeito particular de administrar os assuntos paroquiais. Renovou os Conselhos Administrativo e Pastoral Paroquiais, além de criar Conselhos Comunitários em cada comunidade. Reorganizou a estrutura econômica da paróquia, fazendo dela uma rede de comunidades, com um caixa único, procurando exercitar a solidariedade entre as comunidades e suprir as necessidades de cada uma de forma justa e organizada. Isso trouxe inúmeros benefícios e uma maior eficácia na administração das receitas, dos gastos e investimentos da paróquia. Nesse período, a Pastoral do Dízimo atingiu seu ponto alto. Realizou-se ainda intenso trabalho de recuperação e ampliação dos prédios da Igreja Matriz e das várias capelas. Além disso, nesse período, houve um novo impulso no setor de formação, com a implantação da Escola da Fé e reforço do Catecumenato, assumindo-se como prioridade a capacitação dos cristãos leigos, em vista de um maior protagonismo dos fiéis na caminhada pastoral. É de se destacar também o trabalho realizado pela Pastoral Familiar, pioneiro na Paraíba, com a formação dos primeiros grupos de Casais em Segunda União. Aos poucos, está surgindo uma nova comunidade: a Comunidade do Campo Comprido, ainda uma área aberta para um amplo processo de evangelização. O empenho com que vem defendendo as grandes causas sociais fez de Pe. Paulo uma referência na diocese em matéria de Justiça Social e defesa da ética cristã.

Vocações laicais, diaconais e presbiterais

Seria interessante, antes de concluir, destacar a intensa atividade vocacional presente na Paróquia de Santo Antônio ao longo desses anos.  O ECC e as escolas e cursos de formação têm sido uma grande sementeira de vocações laicais adultas e maduras.

No campo das vocações sacerdotais, já são inúmeros os vocacionados surgidos do chão dessa paróquia. Muitos não chegaram a entrar no Seminário e discerniram a vocação noutra direção. Outros tantos entraram no Seminário, mas desistiram. Há vários filhos da Paróquia de Santo Antônio ordenados, entre eles: Pe. Levi Rodrigues, Pe. Luciano Dias, Pe. Fábio Abreu, Pe. Irismar, Pe. Adriano Santos, Pe. Francinaldo Justino, Pe. Flávio Mamede, Pe. Alex Alexandre e Pe. Adailton Pedro, Pe. Fabrício e Pe. Leonardo.

 

O TEMPLO: CASA DE ANTONIO, NOSSA CASA

Os cristãos, desde os primeiros momentos, acolheram a arte sacra como uma das grandes expressões da fé por meio dos símbolos. Quando se visita, por exemplo, as Catacumbas, em Roma, pode-se encontrar milhares de figuras, pinturas e símbolos. Entre eles os mais expressivos são a âncora, o pavão, o Cristo Bom Pastor, o peixe, a barca, etc.

O símbolo faz parte da linguagem humana, é a representação de alguma pessoa, coisa, idéia. Na tradição cristã, especialmente no oriente, o ícone - palavra grega que significa imagem - é a forma mais sublime de representação. O ícone é uma Imagem-Palavra. Na verdade, na Igreja de Santo Antônio, temos a Palavra de Deus feita imagem. E a Palavra se fez imagem! Os antigos teólogos diziam que as imagens são a Bíblia dos Pobres. Na antiguidade, os pobres e analfabetos não tinham condições nem de mandar escrever à mão uma Bíblia - eram necessários quase cem couros de ovelha -, nem sabiam lê-la. Por isso, as imagens foram tão importantes para a catequese.

As imagens da Igreja de Santo Antônio não são do estilo «ícone»; são, muito mais, do estilo cenográfico, ou seja, procura-se, por meio delas, ilustrar, de maneira realista, o relato bíblico. São cenas bíblicas representadas por meio de azulejos. A imagem de Cristo é o ícone por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora e os santos, apontam para o mistério de Cristo e o glorificam. Elas ajudam a despertar e a nutrir a fé dos crentes, além de ser uma obra de arte e de embelezamento para as Igrejas.

Mas, qual é mesmo o valor da arte figurativa no Cristianismo? O elemento essencial é a comunicação. Uma imagem pintada ou esculpida se torna um elemento de encontro entre os cristãos. As pessoas se reconhecem nela, pois ela comunica a memória de Cristo, antecipada figurativamente no Antigo Testamento e vivenciada pela Igreja Cristã. Assim, o Logos, ou seja, a Palavra Viva do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, revela-se como imagem do Filho a nós acessível.

É verdade, que, sobretudo no século VIII e IX, viveu-se a crise iconoclasta (ícone: imagem; clasta: quebrar). Houve uma reação contra a representação do mistério de Cristo e dos Santos por meio de imagens. Na tradição cristã, os orientais (a maioria Ortodoxos) e os católicos guardamos a bela tradição da representação do imaginário cristão por meio de imagens. Os protestantes históricos (luteranos, reformados, metodistas, anglicanos, etc.) também têm bastante apreço pelas pinturas, vitrais e outras técnicas das artes plásticas como representações simbólicas do mistério bíblico. Os protestantes de linhagem neo-pentecostal têm uma interpretação bastante restritiva do segundo mandamento (Ex 20,4).
São João Damasceno nos diz:

“Antigamente Deus, que não tem nem corpo nem aparência, não podia em absoluto ser representado por uma imagem. Mas, agora, que se mostrou na carne e viveu com os homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus. Com o rosto descoberto, contemplamos a glória do Senhor”.

A Tradição cristã reconheceu reiteradamente o valor pedagógico e psicológico das imagens como suportes para a catequese, a oração e a evangelização. Numa época das imagens como essa em que vivemos, o uso das imagens cristãs pode ser uma grande contribuição para a evangelização. Na verdade, a iconografia apresenta, com a imagem, aquilo que a Bíblia Sagrada apresenta por meio da Palavra.

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